A Verde Asset Management, gerida por Luis Stuhlberger, iniciou o ano de 2023 segurando as posições já assumidas para seu fundo multimercado. Por meio de sua carta mensal, a gestora afirmou que seu time de gestão está “motivado para entregar excelentes retornos ajustados ao risco” em 2023. As informações são do portal “Estadão”.
“O fundo manteve exposição na Bolsa brasileira, assim como a posição vendida (que opera na expectativa de desvalorização) na bolsa americana via opções. A posição comprada (que opera na expectativa de valorização) em inflação implícita no Brasil e a pequena posição aplicada (aposta na queda) em juro real também foram mantidas, além do risco tomado em juros na Europa”, escreveu a Verde.
Em dezembro de 2022, o fundo Verde FIC FIM apresentou alta de 0,93%, abaixo do indicador de referência (CDI, +1,12%). Os ganhos vieram da posição tomada em juros na Europa, dos livros de bolsa global e de crédito e das posições de commodities.
“Quando analisamos o ano de 2022 por inteiro, o grande destaque do fundo foi o portfólio de renda fixa, especialmente as posições tomadas em juro nos Estados Unidos e Europa, além da compra de inflação implícita no Brasil e os livros de crédito tanto local quanto offshore. Também a posição comprada em petróleo, as proteções de bolsa global, e os livros de trading agregaram retornos positivos à cota do fundo. Do lado negativo, a carteira de ações no Brasil foi o detrator relevante do fundo no ano”, disse a carta.
A gestora ainda destacou no documento sua desconfiança a respeito do terceiro mandato presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“O novo governo parece adotar um modus operandi que lembra a frase de Azeredo Silveira sempre citada por Elio Gaspari – ‘tem gente que atravessa a rua para escorregar na casca de banana que está na outra calçada’ – com declarações absolutamente estapafúrdias sobre os mais variados temas, mas especialmente aqueles que dizem respeito à economia”, escreveu a Verde.
Stuhlberger, do Verde, diz que fiscal pode ficar “preocupante”
No final de 2022, Luis Stuhlberger, fundador e diretor executivo da Verde Asset, afirmou que a situação fiscal brasileira poderia ficar preocupante após a PEC da Transição ter sido aprovada pelo Senado Federal. Segundo o gestor, o projeto pode fazer com que o Brasil tenha a nota rebaixada por alguma agência de classificação de risco de crédito (rating).
De acordo com Stuhlberger, o tema fiscal tem sido fonte de apreensão por parte de Roberto Campos Neto, presidente do BC. Em eventos, o líder da instituição monetária tem alertado que a política monetária e a fiscal precisam caminhar juntas. Na última quarta-feira (07), o Banco Central decidiu manter a taxa de juros em 13,75%.
O gestor da Verde Asset acredita que a rápida escalada da Selic para os atuais 13,75% ao ano afetou em cheio a B3 e deixou ativos “largados”. No entanto, apesar de achar que a Bolsa está barata, Stuhlberger acredita que não existe perspectiva de curto prazo de melhora para os ativos de renda variável.