Fundo Verde revela que foi vítima de fraude no caso Americanas

Em sua carta mensal, a Verde Asset expôs a sua indignação sobre o escândalo financeiro da Americanas

A Verde Asset Management, gerida por Luis Stuhlberger, informou que foi vítima do rombo bilionário da Americanas (AMER3). Em sua carta mensal, a gestora expôs a sua indignação sobre o escândalo financeiro da varejista, embora tenha tido um prejuízo relativamente pequeno com a exposição aos papéis de dívida da varejista – de 14 pontos-básicos na cota do seu principal multimercado. 

“Beira o inacreditável que somente 23 dias após o fato relevante, que alguém da companhia, seja na área financeira, seja na alta gestão, tenha sido afastado. Temos a maior fraude da histórica corporativa do Brasil, um buraco de mais de R$ 20 bilhões, e a gestão financeira da companhia (com exceção da recém-empossada CFO) continuou sendo feita pelas mesmas pessoas durante todo o período seguinte”, escreveu a Verde Asset. 

O fundo afirma que tem como dever buscar falhas no processo de investimento e aprimorá-lo a partir dos aprendizados desse caso. “Mas estávamos falando de uma companhia com longo histórico, controlado por três acionistas considerados (até então) os melhores gestores de negócios do país, e com balanços auditados por uma das principais empresas do setor”, escrevem.

Para a Verde Asset, o processo de recuperação judicial será longo, cujo únicos ganhadores serão os advogados envolvidos. A gestora de Stuhlberger avalia que quanto mais tempo demorar, menor a chance de alguma recuperação relevante para a Americanas, funcionários, fornecedores, credores e acionistas.

Americanas (AMER3): Sicupira assume negociação com credores

Carlos Sicupira, um dos principais acionistas da Americanas (AMER3), assumiu as negociações com os bancos credores. O membro do conselho da varejista está conversando com cada instituição financeira separadamente, e os bancos estão avaliando as negociações como positivas. As informações são da “Bloomberg”.

Até o momento, nenhuma proposta concreta para apaziguar os credores foi feita, segundo a “Bloomberg”. Os credores querem uma injeção de capital combinada de pelo menos R$ 15 bilhões, enquanto o trio de acionistas de referência da Americanas, formado por Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, não ofereceram mais de R$ 6 bilhões.

Nesta segunda-feira (06), as ações da Americanas avançaram 6,13%, cotadas a R$ 1,73.