Os fundos de ações e multimercados registraram R$ 14 bilhões de resgates líquidos em abril, segundo a Anbima (Associação Brasileira de Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). A classe de ações sofreu retirada de R$ 7,3 bilhões, enquanto os multimercados, de R$ 6,7 bilhões.
Abril foi o oitavo mês consecutivo que estes fundos tiveram mais retiradas do que aplicações. No ano, os fundos de ações acumulam perdas de R$ 38,3 bilhões e os multimercados, de R$ 47,2 bilhões. Entre os tipos de fundos, os denominados ações livre e multimercado livre lideraram a saída de recursos em abril.
A indústria de fundos como um todo teve captação líquida positiva de R$ 38,5 bilhões. Foram R$ 844,48 bilhões de aportes e R$ 805,98 bilhões de resgates.
A alta foi puxada pelas carteiras de renda fixa, que atraíram R$ 4,9 bilhões no período. No ano, acumulam ingressos de R$ 114,4 bilhões. Trata-se do maior resultado da série histórica desde 2002. Apesar do saldo positivo em abril, o valor é inferior ao registrado nos últimos meses.
Em nota, Pedro Rudge, vice-presidente da Anbima, afirmou que “as altas da Selic e o desempenho do Ibovespa em abril, que foi o pior dos últimos dois anos, contribuem para uma maior aversão ao risco dos investidores, que, geralmente, se traduz em saídas dos produtos considerados mais arriscados e ida para a renda fixa”.
Entre os tipos da categoria, o renda fixa duração baixa soberano apresentou o maior saldo do mês, de R$ 18,4 bilhões líquidos. Já os fundos de previdência registraram retiradas líquidas de R$ 2,9 bilhões, quase o dobro do valor resgatado em março.
Todos os retornos dos tipos dos fundos de ações foram negativos no período, enquanto todas as rentabilidades dos fundos de renda fixa foram positivas. O destaque foi para os de duração alta grau de investimento, que performaram 1,59%. Entre a classe multimercados, a única desvalorização veio dos multimercados estratégia específica, de 1,01%.