B3 (B3SA3)

Fundos vendem US$ 5 bi e contribuem com alívio no câmbio

Os fundos domésticos agora detêm uma posição vendida em dólar — que se beneficia da queda da moeda norte-americana

Café com BPM / Ibovespa
Foto: Freepik / Café com BPM

Os fundos de investimento locais, que encerraram o ano com posições compradas em dólar no valor de US$ 4,4 bilhões, desmontaram essas apostas na virada do ano e passaram a se posicionar levemente a favor do real.

Os fundos domésticos agora detêm uma posição vendida em dólar — que se beneficia da queda da moeda norte-americana — de US$ 610 milhões no fechamento da última quinta-feira (9), segundo dados de derivativos cambiais da B3 (B3SA3) compilados pela Bloomberg. Isso indica que os gestores venderam cerca de US$ 5 bilhões em derivativos desde o final de 2024.

A Kapitalo Investimentos, uma das principais gestoras independentes do Brasil, revelou em sua carta mensal de gestão que zerou sua posição vendida no real.

Em dezembro de 2024, houve uma significativa deterioração da percepção de risco fiscal, que levou o dólar a atingir sua máxima histórica, ultrapassando os R$ 6,00. Naquele momento, os investidores locais chegaram a ficar comprados na divisa norte-americana pela primeira vez desde março de 2023, impulsionados por um forte fluxo de saída de recursos do país e pela venda de dólares à vista realizada pelo Banco Central.

Até o início de 2025, o dólar acumula queda de cerca de 1%. A moeda atingiu o menor nível em quase um mês na última quinta-feira, conforme relatado pelo Valor.

Debêntures e fundos dominam captação no mercado de capitais

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de aumentar, pela segunda vez consecutiva, a taxa Selic para 12,25% em novembro de 2024, deve intensificar os movimentos nos mercados financeiros.

Historicamente, elevações nas taxas de juros tendem a impulsionar a migração de investimentos para ativos de renda fixa, com destaque para as debêntures, já que muitas empresas antecipam suas captações para se proteger de potenciais aumentos nos custos de financiamento.

Por outro lado, os investidores buscam maior segurança, liquidez e previsibilidade, priorizando a preservação de capital.