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FIIs de energia avançam, com dividendos mensais e isenção tributária

A eficiência tributária é parte do apelo dos FIIs, que atraem investidores também pelo fluxo previsível de caixa

Energia / Foto: CanvaPro
Energia / Foto: CanvaPro

Os FIIs (fundos de investimento imobiliário) com foco em geração de energia, como o SNEL11, vêm ganhando espaço no radar de investidores interessados em infraestrutura energética. A alta eficiência tributária, aliada à distribuição mensal de dividendos, tem tornado esses veículos cada vez mais relevantes no setor elétrico.

Dados do primeiro trimestre de 2025 apontaram um contraste significativo entre a carga tributária enfrentada por empresas como Engie (EGIE3), Eneva (ENEV3), Auren (AURE3) e Eletrobras (ELET3). Por exemplo, a Auren apresentou uma alíquota efetiva de 79%, seguida por Eneva (35%) e Engie (25%). Até mesmo a Eletrobras, privatizada em 2022, destinou 43% da geração ao pagamento de tributos.

No extremo oposto, ativos estruturados dentro do arcabouço dos fundos imobiliários tiveram alíquota efetiva zero — um contraste que se explica pelo desenho do segmento no Brasil. Ao atender certos critérios, como ter cotas negociadas em Bolsa e um número mínimo de 100 cotistas, esses veículos desfrutam de isenção de imposto de renda sobre os dividendos distribuídos a pessoas físicas, conforme apontado pelo Suno.

Com isso, a legislação — criada originalmente para impulsionar o setor imobiliário — mostrou-se eficaz também para ativos de geração de energia com contratos de longo prazo.

Vantagens dos FIIs de Energia

Vale lembrar que a eficiência tributária é parte do apelo dos FIIs, que atraem investidores também pelo fluxo previsível de caixa. Diferentemente das ações de companhias do setor elétrico, que muitas vezes distribuem dividendos apenas duas ou quatro vezes ao ano, os fundos distribuem proventos mensalmente.

Isso cria uma ponte entre o varejo e os ativos de infraestrutura, tradicionalmente restritos a grandes investidores institucionais — como é o caso de outros fundos listados, como os FI-Infra e os FIP-IE.

Nesse sentido, o SNEL11 está bem posicionado para capturar essa tendência, ao investir em usinas fotovoltaicas e entregar retorno estável e recorrente. Na última semana, o fundo distribuiu dividendos de R$ 0,10 por cota, referentes ao mês de maio, com um dividend yield anualizado de 14,74%.