A notícia de que o governo pode retomar a discussão sobre a taxação de FIIs (Fundos Imobiliários) e os Fiagros (fundos que investem nas cadeias produtivas agroindustriais) não foi bem recebida por investidores nesta segunda-feira (1º).
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está discutindo a possibilidade de incluir, em um dos PLs (projetos de lei) complementares de regulamentação da reforma tributária, a taxação de Fiagros e de FIIs.
O governo pretende manter a isenção de IR (Imposto de Renda) nos dividendos para a pessoa física, mas quer tributar as receitas desses fundos com a CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) e o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços). Segundo informações do “InfoMoney”, os dois tributos serão criados na reforma tributária para substituir três impostos federais e dois subnacionais.
Na perspectiva de especialistas, uma eventual tributação da receita de fundos seria um “contrassenso” e prejudicaria diretamente o investidor, que teria retornos menores e poderia perder o interesse nos ativos desses segmentos, gerando fortes impactos no financiamento do setor imobiliário.
Juros altos é oportunidade para FIIs ‘descontados’, diz analista
Em um cenário onde os juros estão elevados, o prêmio de risco exigido pelo mercado aumenta. Consequentemente, os preços dos ativos como um todo podem recuar.
“Apesar disso, essa baixa nos preços também pode configurar uma boa oportunidade de compra de ativos descontados. Para os fundos de fundos, por exemplo, pode ser um bom momento para realizar alocações”, disse ao BP Money Alexandre Despontin, CEO da Mérito. A empresa busca reforçar investimentos em desenvolvimentos imobiliários.
Despontin explicou que, de modo geral, em épocas de juros altos, investidores direcionam o capital para a renda fixa, e a oferta por terrenos tende a diminuir. Isso porque, segundo ele, além dos ativos listados na bolsa, “também verificamos oportunidades na compra de terrenos para o desenvolvimento imobiliário”.