
O resultado negativo do Plano 1 da Previ levanta dúvidas sobre a sustentabilidade do fundo de pensão dos funcionários do BB (Banco do Brasil), afirmam especialistas consultados pela “CNN”. A carteira auditada, sob gestão do sindicalista João Fukunaga, teve um rombo de R$ 14 bilhões entre janeiro e novembro de 2024.
A Previ passa por uma sequência de resultados fracos, o que traz preocupações relacionadas à sustentabilidade do fundo a longo prazo, disse à “CNN” o co-fundador e CEO da Stay, empresa de tecnologia de previdência privada, Tsai Chi-yu.
Os motivos para o resultado negativo podem incluir flutuações no mercado e irregularidades na gestão. Para esclarecer essas razões, o TCU (Tribunal de Contas da União) está auditando a gestão da Previ. O tribunal avaliou que os riscos observados estariam além do aceitável.
Especialistas também falaram à CNN que Fukunaga não teria o perfil técnico adequado para o cargo.
O ministro do Tribunal de Contas Walton Alencar Rodrigues solicitou a auditoria da Previ citando “gravíssimas preocupações” com os rendimentos da carteira do fundo, já que resultados negativos seguidos podem requerer aportes da União para assegurar os pagamentos.
TCU já investigou casos de rombo parecidos
O CEO da área de Direito Administrativo do CGM Advogados, André Gilberto, falou à “CNN” que lembra de dois casos em que o TCU identificou inconsistências sobre grandes fundos como a Previ.
Um deles ocorreu em 2021, quando um levantamento do tribunal avaliou a strutura de governança de 31 fundos de pensão conhecidos como EFPC.
A investigação concluiu que cerca de 55% das EFPC tinha suscetibilidade alta ou extrema a riscos de integridade, em função de uma baixa maturidade das instituições a mecanismos de controle, segundo Gilberto.
O segundo caso destacado ocorreu em 2023, quando uma auditoria examinou processos de fiscalização e regulamentação da Previc no setor de previdência complementar fechada, disse Gilberto à “CNN”.
Nesse caso, foram encontradas falhas na fiscalização e falta de monitoramento contínuo das políticas de investimento, além de outas questões.