Petz e Cobasi
Petz e Cobasi / Fonte: Divulgação

A aprovação da fusão entre Petz (PETZ3) e Cobasi pelo CADE, mesmo com restrições, trouxe alívio ao mercado. O sinal verde impulsionou as ações da Petz, que avançaram mais de 4% na última quarta-feira (10). O movimento marca uma nova etapa para a companhia no setor de varejo pet.

As ações da Petz seguem subindo 1,71%, às 11h46, na manhã desta quinta-feira (11).

A decisão encerra um período de quase dois anos de incertezas regulatórias e abre espaço para a captura de sinergias. Analistas avaliam que a venda de 26 lojas não deve afetar a liderança do grupo no varejo pet. A agenda da companhia agora avança para a integração das operações e para o potencial de valorização no médio prazo.

Bancos avaliam movimento de Cobasi e Petz

O Bradesco BBI vê o anúncio entre Petz e Cobasi, como um passo positivo. Para o banco, a decisão encerra um processo iniciado em abril de 2024 e reduz os riscos da tese de investimento. Com isso, as equipes de gestão podem avançar na captura de sinergias, cuja conclusão está prevista para 2 de janeiro de 2026.

Embora o mercado já esperasse medidas corretivas, ainda havia incerteza sobre sua dimensão. Segundo analistas do BBI, o desinvestimento obrigatório de 26 lojas, equivalente a 3,3% das vendas líquidas dos últimos 12 meses da nova companhia, tende a ter baixo impacto. Para eles, a exigência não deve comprometer a liderança da empresa nem suas vantagens competitivas em São Paulo e no restante do país.

Diante desse cenário, o Bradesco BBI estima que o preço atual de PETZ3 reflita uma empresa avaliada em cerca de 14 vezes o P/L projetado para 2026. O múltiplo representa um prêmio de 32% em relação aos pares do varejo. Para o banco, porém, os riscos macroeconômicos e de execução permanecem no horizonte. O BBI manteve recomendação neutra para o papel e preço-alvo de R$ 5.

Cautela dos bancos

A XP Investimentos também manteve postura cautelosa e reiterou recomendação neutra. A corretora avalia que o ritmo de ganhos deve seguir pressionado por um ambiente competitivo mais intenso.

Além disso, lembra que processos de integração em fusões e aquisições, como a da Petz e Cobasi, costumam passar por fases de transição mais complexas. Mesmo assim, a XP mantém visão construtiva sobre as sinergias previstas, que podem apoiar uma perspectiva mais favorável para a nova companhia ao longo do tempo.

Apesar de o resultado ser menos favorável do que a proposta inicial do CADE, que não incluía medidas, a XP avalia a decisão como positiva. A corretora entende que o mercado aguardava o desfecho do processo para reavaliar a tese de investimento e, assim, retomar a análise do caso com mais clareza.