Aponta Cade

Fusão entre Petz e Cobasi levanta alerta de concentração excessiva

O relatório foi produzido após pedido da Superintendência- geral do órgão antitruste, registrado na semana passada

Fonte: divulgação
Fonte: divulgação

Uma nota técnica produzida pelo Departamento de Estudos Econômicos (DEE) do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) sobre a fusão entre Petz e Cobasi citou riscos à concorrência, especialmente no varejo físico do setor. O documento publicado nesta terça-feira (27) revela o risco de monopólio na visão do órgão.

O relatório foi produzido após pedido da Superintendência- geral do órgão antitruste, registrado na semana passada, buscando uma análise mais profunda da operação antes da aprovação final do acordo.

Segundo analistas do BTG Pactual, um dos destaques da nota do DEE é que, em muitos dos 491 mercados locais analisados, a companhia combinada teria mais de 50% de participação no cenário. Segundo os especialistas o contexto estaria “ultrapassando limites de concentração considerados críticos”.

Luiz Guanais e equipe do BTG também chamaram a atenção para a observação de que, embora pequenos grupos ainda possam entrar nesses mercados, concorrentes de médio e grande portes têm recuado, levantando preocupações sobre a dinâmica concorrencial pós-fusão.

Além disso, acrescentaram os analistas do BTG, terceiros, como a Petlove, se opuseram ao acordo, alegando que o negócio pode enfraquecer a concorrência contra grupos menores e marketplaces, como Amazon e Mercado Livre.

Fusão entre Petz e Cobasi deve ser aprovada pelo Cade sem restrições

A fusão entre Petz (PETZ3) e Cobasi está prestes a receber o aval da Superintendência-Geral do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), sem qualquer imposição de restrições. Segundo fontes ouvidas pelo Brazil Journal, a aprovação deve ser oficializada ainda nesta semana.

A avaliação da Superintendência concluiu que, mesmo com a união das duas redes, o nível de concentração no setor permanece baixo, dispensando a necessidade de medidas corretivas.

De acordo com uma das fontes, “a concentração é baixa” mesmo desconsiderando vendas online e em supermercados — segmentos excluídos pelo CADE na definição de mercado usada para analisar a operação.


O órgão delimitou o chamado “mercado relevante” com base na metodologia de tempo de deslocamento, prática semelhante à usada em casos envolvendo supermercados e outros varejistas. Foram considerados concorrentes da nova empresa as lojas de produtos pet localizadas em um raio de 10 a 15 minutos de deslocamento.