Gafisa (GFSA3) reverte liminar e mantém aumento de capital

Gafisa possui 51,1 milhões de ações em circulação

Neste domingo (08), a Gafisa (GFSA3) obteve autorização da Justiça para concluir a operação de aumento de capital, que levantou R$ 78 milhões e permitirá a emissão de cerca de 13 milhões de novas ações. A companhia conseguiu reverter uma liminar obtida na última quinta-feira pela gestora Esh Capital, que é contra a operação.

O desembargador Azuma Nishi, o mesmo que havia concedido liminar à Esh, entendeu que a deliberação sobre o aumento de capital não é tema da Justiça e que qualquer disputa acionária deverá ser feita por arbitragem.

“O Poder Judiciário não é competente para solucionar conflitos entre os acionistas, que devem ser submetidos à arbitragem, nos termos do art. 52 do Estatuto [da Gafisa]”, escreveu Nishi. 

Agora, a Gafisa possui 51,1 milhões de ações em circulação, ante 37,8 milhões até então, com capital social estimado em R$ 1,33 bilhão.

Em nota, a Gafisa diz que está segura da “total legalidade” do aumento de capital e comemorou a decisão. 

Short squeeze fez ações da Gafisa dispararem quase 50%

Um short squeeze fez os papéis da Gafisa dispararem quase 50% nos dois últimos pregões de 2022 como resultado de uma disputa entre a gestora Esh Capital e Nelson Tanure, o maior acionista da incorporadora.

A Esh Capital, liderada por Vladimir Timerman, tem se posicionado há meses contra as decisões de Tanure,que possui 20% do capital. A discordância mais recente foi por conta de um aumento de capital de R$ 150 milhões que a Gafisa anunciou há um mês. A gestora questionou na Justiça, alegando que aumento seria muito dilutivo para a base de acionistas.

Outro tema que gerou tensão entre os dois investidores é sobre a data de uma assembleia de acionistas convocada pela Esh e que vai debater questões estratégicas para a empresa. A companhia havia pedido à Gafisa que convocasse a assembleia, porém acabou decidindo convocar ela mesma a AGE para o dia 2 de janeiro, que seria presidida por Timerman. Apesar disso, a administração da incorporadora alegou que tem a prerrogativa para decidir a data da AGE. As informações são do “Brazil Journal”.

Dado a subida astronômica dos papéis da Gafisa, o mercado vem especulando que ocorreu um short squeeze, pois muitos investidores que pretendiam participar da assembleia pararam de disponibilizar suas ações para aluguel, o que obrigou quem estava vendido a buscar o papel no mercado à vista. 

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