Postura conservadora

Galípolo: BC está "dependente de dados" para definir rumo da Selic

Galípolo citou a divulgação do mercado de trabalho, do IPCA, medidor da inflação, e do PIB do 2TRI24 como dados importantes

Gabriel Galípolo
Foto: Divulgação

O diretor de política monetária e potencial novo presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, disse, nesta segunda-feira (26), que a instituição está “dependente de dados” para definir os rumos da taxa básica de juros (Selic).

Galípolo citou a divulgação do mercado de trabalho, do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), principal medidor da inflação, e do PIB (Produto Interno Bruto) do segundo trimestre como dados importantes. A próxima reunião do Copom acontece nos dias 17 e 18 de setembro.

Ele também comparou o cenário econômico do Brasil e dos EUA, afirmando que, enquanto o país norte-americano dá sinais de moderação na economia, aqui os sinais são de uma resiliência maior da atividade econômica.

“Por isso que o Banco Central assumiu uma posição mais conservadora, interrompeu o ciclo de corte e ficou dependente de dados”, disse Galípolo.

Segundo o diretor de política monetária, “historicamente, a inflação de bens costuma rodar em patamares inferiores as de serviços” e, para ele, o Brasil está em um processo de expectativas desancoradas.

Para os próximos anos, a meta de inflação é de 3% ao ano, mas as expectativas do mercado estão bem acima disso. No Boletim Focus divulgado nesta segunda (26), as projeções para o IPCA deste ano subiu novamente, para 4,25%.

“Galípolo vai em baile de debutante e diz que vai subir a Selic”, diz gestor

Durante o evento Macro Day, realizado pelo BTG Pactual na terça-feira (20), o gestor Luis Stuhlberger, da Verde Asset, mostrou-se surpreso com a postura do diretor de política monetária e potencial novo presidente do BC, Gabriel Galípolo.

“O Galípolo vai em baile de debutante e diz que vai subir a Selic, espontaneamente, sem ninguém perguntar”, disse Stuhlberger. “Há um mês, não acharia que ele faria esse tipo de discurso”, completou.

O comentário aconteceu em resposta à provocação do banqueiro André Esteves, que questionou aos gestores presentes se não é possível aguardar efeitos do esforço fiscal na economia brasileira antes de voltar a subir os juros. O consenso, sob diferentes argumentos, é que não.

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