Política monetária

Galípolo diz que BC migrou para período de maior cautela

Galípolo reafirmou que a desancoragem de expectativas do mercado para a inflação brasileira elevou a preocupação do BC

Galípolo
Gabriel Galípolo / Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta terça-feira (16) que o mercado de trabalho aquecido sinaliza um recuo mais lento da inflação. Este cenário, combinado com fatores externos, levou a instituição a adotar uma postura de maior cautela.

Durante um evento promovido pelo Sicredi em Anápolis (GO), Gabriel Galípolo reiterou que o Banco Central está preocupado com a desancoragem das expectativas de inflação no Brasil.

Galípolo destacou que a previsão de juros mais altos por um período prolongado nos EUA aumenta a expectativa da taxa de juros terminal em países emergentes e fortalece o dólar.

Por fim, ele acrescentou que fatores internos da política econômica também influenciaram a recente performance mais fraca do real.

Galípolo sinaliza cautela sobre intervenção no câmbio

Gabriel Galípolo, diretor do BC (Banco Central), responsável pela decisão sobre uma possível intervenção no câmbio, apontou, na terça-feira (9), que não “puxaria o gatilho” para qualquer medida de alívio do dólar sem antes conseguir total apoio da autoridade monetária.

Galípolo ainda declarou a investidores, em reuniões privadas, que procuraria o consenso de outros diretores antes de qualquer decisão ser tomada no mercado cambial. As informações foram obtidas pela Bloomberg.

O diretor é cotado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assumir a presidência do BC assim que o mandato do atual presidente, Roberto Campos Neto, encerrar em dezembro.

Com isso, Galípolo se encontra em uma posição difícil, precisando se equilibrar entre um chefe de Estado que exige que seja combatido o que ele entende ser uma especulação e investidores desconfortáveis com a forte influência de Lula na autarquia.

Além disso, o governo também tem esboçado o desejo de taxas de juros mais baixas, ao passo que os mercados esperam uma alta dos juros.