Com México prejudicado

Galípolo: tarifas de Trump podem atrair investimentos para o Brasil

O presidente do BC destacou que o México, no ano passado visto como mais vantajoso para investimentos que o Brasil, deve ser mais prejudicado pelas taxas

Gabriel Galípolo
Gabriel Galípolo (Foto: Reprodução)

O presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, afirmou que o México deve ser mais prejudicado pelas tarifas dos EUA que o Brasil, portanto, o país pode acabar sendo uma opção mais atraente para investidores. As declarações ocorreram em evento na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) nesta sexta-feira (14).

Galípolo contou que, em 2024, o México era visto como mais vantajoso que o Brasil por investidores internacionais, devido aos benefícios do “nearshoring”, por ser vizinho dos EUA. Porém, ele afirmou que esse cenário foi invertido com a eleição de Donald Trump, já que as tarifas do novo presidente devem prejudicar mais o México que o Brasil.

Para o presidente do BC, o contexto atual é de modificações na complexidade global, “onde ainda estamos tentando entender quais serão as medidas efetivas (de Trump) e suas repercussões”.

Ainda, Galípolo afirmou que o Brasil está se encaminhando para o quarto ano seguido de crescimento acima do previsto, o que alguns acreditam que seria acima do potencial.

Relação entre Milei e Trump pode ser afetada por tarifas

A relação de proximidade entre o presidente Donald Trump e seu homônimo argentino, Javier Milei, está ameaçada com as recentes taxas anunciadas pelo norte-americano para países exportadores dos EUA.

Segundo o portal Bloomberg, a Argentina é um dos países com maiores taxas sobre produtos importados dos EUA. Essa situação coloca o país como um dos principais alvos das tarifas anunciadas pelo republicano. Já pesa a taxação de 25% sobre aço e alumínio, agora com mais restrições a caminho.

As atitudes de Trump atrapalham os planos de Milei que está tentando reerguer a economia do país. Como apurou o portal Exame, resta a dúvida se a aproximação ideológica será suficiente para influenciar o mandatário americano, como fez seu antecessor, Mauricio Macri, ao costurar uma isenção de taxa ao aço argentino.