O recente ataque do Irã com mais de 300 mísseis e drones contra o território de Israel, juntamente com o aumento da tensão no Oriente Médio, pode exercer pressão sobre os preços internacionais do petróleo, potencialmente impactando os valores da gasolina no Brasil.
De acordo com especialistas de mercado, a preocupação reside no possível envolvimento direto do Irã no conflito, dado que é um dos principais produtores mundiais de petróleo, com uma produção diária de mais de 4,3 milhões de barris.
Isso poderia aumentar a pressão sobre a Petrobras (PETR3; PETR4) para aumentar os preços da gasolina no Brasil.
Vale destacar que, o Irã é também membro da OPEP, um cartel composto por países líderes na produção de petróleo e gás.
O presidente-executivo da Abicom, Sergio Araujo, associação que representa os importadores de combustíveis, expressou a expectativa de aumento nos preços. “Um conflito entre Israel e Irã pode gerar mais restrições nas movimentações de petróleo e de derivados e isso deve pressionar sim um aumento de preço”.
Impacto nos preços da gasolina
Araujo também mencionou que, com o ataque do Irã e a perspectiva de aumento nos preços, a defasagem da Petrobras tende a aumentar. Na sexta-feira (12), os preços praticados pela estatal estavam 19% abaixo dos praticados no exterior.
Informações internas da empresa, de acordo com fontes, indicam uma defasagem de 12% nos preços da gasolina.
No Brasil como um todo, incluindo empresas privadas, a defasagem da gasolina era estimada em 17% na sexta-feira, enquanto para o diesel era de 10%. “Isso vai aumentar a pressão sobre a Petrobras para que ela faça ajustes em seus preços”, declarou Araujo.
Preços abaixo do mercado internacional
O presidente da Abicom afirma ainda que o Brasil está praticando preços abaixo do mercado internacional, e que a escalada do conflito deve pressionar a Petrobras para aumentar os seus preços.
“Hoje, os preços no mercado interno estão muito defasados em relação ao mercado internacional. Com o aumento do preço do petróleo no mercado internacional, a tendência é que a defasagem aumente e a Petrobras seja pressionada a aumentar os seus preços em um momento político muito delicado”, conclui.