"Mercado chave"

GE Aerospace vai investir R$ 430 mi em unidade do Brasil

Os recursos serão aplicados neste ano e em 2025 até a conclusão da obra, prevista para o segundo trimestre do ano que vem

GE Aerospace
GE Aerospace / Foto: Divulgação

A GE Aerospace (GE), empresa formada após o spin-off da divisão de aviação da General Electric, pretende investir R$ 430 milhões (aproximadamente US$ 84 milhões) na expansão de uma de suas unidades de manutenção, reparo e revisão no Brasil, localizada no município de Três Rios, no estado do Rio de Janeiro.

Os recursos serão aplicados neste ano e em 2025 até a conclusão da obra, prevista para o segundo trimestre do ano que vem, de acordo com Luiz Froes, diretor executivo regional e vice-presidente de relações governamentais da América Latina, em entrevista à Bloomberg Línea.

“Nós esperamos aumentar a capacidade em torno de 15% a 20% com essa expansão”, disse Froes. 

A operação de manutenção e reparo no Brasil é a maior do mundo da GE Aerospace. Atualmente, a empresa revisa cerca de 500 motores por ano nas unidades no país, provenientes de cerca de 30 companhias aéreas de todas as regiões. 

A expansão inclui a construção de um novo hangar de montagem e desmontagem dos motores CFM Leap, usado em aeronaves como 737 Max, da Boeing, A320neo, da Airbus, e C919, da chinesa Comac.

A empresa elegeu o Brasil como um mercado chave para a expansão dos seus negócios globais.

Globalmente, a GE tem cerca de 44.000 turbinas de aviões comerciais em operação. A empresa é líder do segmento, com cerca de 55% de participação, de acordo com dados compilados pela plataforma Statista. Os principais concorrentes são a Rolls-Royce e a Pratt & Whitney.

Mais sobre a GE Aerospace

A empresa tem origem em 1951, quando foi fundada em Petrópolis como uma fabricante de equipamentos eletroeletrônicos.

Na década de 1950, a Celma foi comprada pela Panair do Brasil e passou a fazer a manutenção dos motores da antiga companhia aérea.

Durante a ditadura militar, o governo estatizou a companhia e a utilizou para fazer a manutenção de motores dos aviões da Força Aérea Brasileira (FAB).

Em 1991, já no governo do ex-presidente Fernando Collor, a empresa foi privatizada, e a GE, que adquiriu uma participação minoritária na privatização, assumiu o controle da companhia em 1996.

Em novembro de 2021, a General Electric tomou a decisão de se dividir em três companhias separadas negociadas em bolsa: a GE Healthcare (focada em produtos voltados para a área de saúde), a GE Vernova (energia) e a GE Aerospace (aviação).

O objetivo anunciado à época era fazer com que as empresas pudessem ser mais flexíveis e ágeis com atuação de forma independente, definindo suas próprias prioridades.

Dessa forma, o conglomerado avalia que os negócios podem gerar mais retorno para os acionistas, em um processo conhecido como “destravar valor” que tem sido adotado por grupos corporativos em todo o mundo.

A GE Healthcare foi a primeira a concluir sua separação do conglomerado industrial americano, no início de 2023, operando com o símbolo GEHC na Nasdaq. Em abril deste ano, a GE concluiu a separação das demais áreas.