Mercado

Gera Capital negocia venda de 30% do grupo Salta por R$ 1 bilhão

Entre os acionistas desse fundo estão Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles

A gestora Gera Capital está em negociações adiantadas para a venda de cerca de 30% do Grupo Salta (ex-Eleva), rede de escolas de educação básica com 130 mil alunos no país. As informações são do “Valor”.

De acordo com a publicação, essa participação deve ser adquirida por cerca de R$ 1 bilhão pela Atmos, GIC (fundo soberano de Cingapura), Gaia e Siguler Guff. A gestora Warburg Pincus, que já tem 25% do negócio, vai elevar sua fatia para perto de 30%, segundo o Valor apurou.

A Gera tem cerca de 55% do Grupo Salta e a fatia que está sendo negociada é de um dos fundos da gestora que completou dez anos. Por isso, está havendo o desinvestimento. Entre os acionistas desse fundo estão Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles, a família Vidigal e Opportunity.

Ainda de acordo com fontes ouvidas pelo jornal, a Atmos está colocando cerca de R$ 500 milhões e a outra fatia está distribuída entre os demais investidores que gostam da tese de educação. O Salta é dono de escolas como Anglo, pH, Elite, entre outras marcas distribuídas em 185 unidades no país. As mensalidades variam de R$ 800 a R$ 4 mil, conforme a bandeira. O mercado estima que 80% da transação é oferta secundária e 20% primária.

Lemann e Telles, que possuem 10%, cada, do Salta, também são acionistas em outros fundos da Gera e, portanto, não saem totalmente do grupo escolar. O Warburg Pincus quer ir com a companhia para a oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), que pode ser feita no segundo semestre a depender das condições de mercado.

XP prevê avanço em ações do setor de educação

A XP revisou para cima os preços-alvo das ações de algumas instituições educacionais, como Yduqs, Cruzeiro do Sul Educacional e Ser Educacional. Para Yduqs, o novo preço-alvo é de R$ 29,70, representando um potencial de valorização de 54% em relação ao fechamento anterior. No caso de Cruzeiro do Sul Educacional, a estimativa foi ajustada para R$ 8,20, implicando um aumento de 106%, enquanto para Ser Educacional, o novo preço-alvo é de R$ 9,90, indicando um potencial de alta de 55,9%.

A recomendação de compra foi reiterada para essas três empresas. Além disso, a XP também elevou o preço-alvo da Cogna de R$ 3,30 para R$ 3,90, com um potencial de valorização de 33,5%, mantendo uma recomendação neutra.

Os analistas da corretora, Rafael Barros e Raphael Elage, projetam que as empresas do setor educacional continuarão apresentando desempenho positivo em 2024, consolidando a recuperação observada no ano anterior. Esperam tendências favoráveis em termos de volumes, preços e margens. Mesmo com a valorização expressiva das ações em 2023, a XP acredita que há potencial de valor a ser desbloqueado caso o cenário otimista persista ao longo de 2024. A preferência da corretora é pela Yduqs, devido às perspectivas de crescimento e rentabilidade.

Entretanto, destacam que discussões regulatórias relacionadas ao ensino digital e escolas de medicina podem ganhar força, potencialmente causando volatilidade nos preços das ações, já que poderiam impactar negativamente a rentabilidade das empresas. As incertezas em torno da criação de um novo Fies também são consideradas como um risco adicional.

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