
Com a imposição de tarifas de 25% sobre o aço e o alumínio brasileiro pelo presidente dos EUA, Donald Trump, a Gerdau (GGBR4) é uma das empresas que poderão se beneficiar da guerra tarifária. No entanto, especialistas ainda chamam atenção para alguns pontos arriscados.
A Gerdau tem cerca de 50% de suas operações voltadas para o mercado norte-americano. A Apimec (Comissão de Economia da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimentos do Mercado de Capitais do Brasil) ponderou, no entanto, que o Brasil é o segundo maior exportador de aço para os EUA e pode enfrentar uma situação delicada.
“A redução da competição de produtos importados poderá favorecer a maior parte da receita da Gerdau, que também fabrica nos EUA”, afirmou a Apimec em comunicado.
Além do Brasil, as tarifas de 25% para os produtos importados para os EUA afetarão outros países também, sendo o Canadá o mais prejudicado, com taxas de 50%. O tarifaço entrou em vigor nesta quarta-feira (12).
Além do aço, o setor de alumínio, a participação do Brasil no mercado dos EUA ainda é pequena, de apenas 1%, mas representa 16% das exportações do setor local. “Empresas como CBA (CBAV3), Usiminas (USIM5) e CSN (CSNA3) podem enfrentar dificuldades caso as tarifas sejam realmente impostas”, observou a entidade, segundo o “E-Investidor”.
Com isso, as ações das Usiminas, CSN e CBA ficaram entre as maiores baixas da Bolsa, caindo 1,34%, 2,54% e 3,26% respectivamente, na sessão de terça-feira (11). O resultado negativo afetou também a Gerdau, que fechou com baixa de 0,36%.
Mesmo com a reação negativa do mercado, nem todas as análises vão na mesma direção. João Daronco, analista da Suno Research, por exemplo, não acredita em grandes impactos para as empresas da Bolsa brasileira.
“A exportação para esse país é pouco relevante para as empresas do setor”, afirmou, citando a Usiminas e CSN. “Adicionalmente, podemos ver algum tipo de ruído e turbulência para esses ativos”, ponderou.