Apesar do cenário desafiador para o setor de mineração e siderurgia, o Itaú BBA optou por elevar a recomendação para a ação da Gerdau (GGBR4) de market perform para outperform.
Isso se baseia na avaliação atrativa da empresa, perspectivas mais positivas para o Brasil e uma rentabilidade resiliente nos EUA. O novo preço-alvo estabelecido é de R$ 24, o que implica um potencial de valorização de 22,1% em relação ao preço de fechamento da última sexta-feira (3), que foi de R$ 19,66.
O Itaú BBA ressalta que a administração da siderúrgica demonstra otimismo quanto à perspectiva de melhoria das margens em 2024, especialmente impulsionada por um ambiente competitivo mais favorável e pela busca por maior eficiência, incluindo otimização de custos.
Quanto ao primeiro aspecto, a Gerdau recebeu de forma positiva o esquema de cotas combinado com tarifas de importação recentemente anunciado para importações no Brasil, antecipando possíveis ganhos de participação de mercado em relação aos produtos importados.
Em relação ao segundo ponto, a empresa destacou que está progredindo na otimização de seus ativos, o que inclui o fechamento de capacidades em instalações menores e o aumento da utilização da capacidade em usinas de maior porte.
Melhora na perspectiva da Gerdau
Os analistas também observam que há espaço para melhorias nas despesas com pessoal, especialmente considerando o aumento significativo ocorrido após a COVID-19, que totalizou cerca de 3.500 contratações em 2023.
Segundo cálculos do BBA, um retorno à configuração anterior poderia resultar em uma redução de aproximadamente R$ 700 milhões por ano nos custos dos produtos vendidos, em uma base normalizada.
Isso, combinado com uma potencial diminuição nos custos fixos após a otimização do mapa de ativos, poderia resultar em economias de até R$ 1 bilhão por ano.
O Itaú BBA também observa que os custos de pessoal da Gerdau por tonelada na divisão de negócios brasileira aumentaram mais do que outros componentes de custo e superaram amplamente a inflação, principalmente após o início da COVID.
No geral, os analistas esperam que a lucratividade melhore gradualmente ao longo do ano, com um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 3,2 bilhões no Brasil e uma margem de 12%.
Com relação às operações nos EUA, o Itaú BBA espera que a lucratividade permaneça resiliente, apoiada por ventos favoráveis do governo, como a Lei de Redução da Inflação (principalmente projetos de energia solar) e iniciativas relacionadas ao reshoring.