A Globo Comunicação e Participações (GCP) encerrou 2022 com lucro líquido de R$ 1,253 bilhão, após prejuízo de R$ 174 milhões em 2021. A companhia registrou receita de vendas de R$ 15,1 bilhões, alta de 5% sobre o ano anterior. O número foi assegurado pelo crescimento de 8% na receita com publicidade, com destaque para a publicidade digital, que avançou 33% sobre 2021. As informações são do “Valor Econômico”.
“Foi o maior faturamento em publicidade digital da história da empresa”, disse Manue Belmar, diretor das áreas de finanças, infraestrutura e jurídico da Globo.
O Globoplay, plataforma de streaming da Globo, também se destacou: houve crescimento de 27% na base de assinantes e acima de 30% nas receitas em 2022, o que contribuiu para o resultado no segmento de conteúdo da GCP.
Da receita total da empresa, 60% correspondem à publicidade e 40% à área de conteúdo. Em 2022, a receita com conteúdo ficou praticamente estável, com queda de 1% no ano, disse Belmar. Ele salientou que o crescimento do Globoplay é importante para compensar a tendência de queda na TV paga.
De acordo com a publicação, o resultado final da GCP se explica por vários fatores. Houve forte geração operacional de caixa e, ao mesmo tempo, crescimento de receitas. Também contribuiu um resultado financeiro positivo de R$ 627 milhões no ano.
Outro elemento fundamental para o lucro foi a venda da Som Livre, fechada no ano passado. A soma desses fatores levou ao lucro de R$ 1,253 bilhão no ano mesmo com um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) negativo em R$ 41 milhões no acumulado de 2022.
Belmar disse que a liquidação dos direitos da Copa do Mundo da Fifa 2022 jogou contra o resultado da GCP no ano passado. Os compromissos com a Copa foram responsáveis pelo aumento de 5% nos custos com vendas e despesas operacionais em relação a 2021.
Mas Belmar ressalvou que o quarto trimestre de 2022 foi o melhor em muitos anos da Globo em termos de vendas com publicidade, embora não suficiente para compensar o efeito da amortização dos direitos de transmissão da Copa do Qatar.
Globo compra fatia de 8,5% na Eletromidia (ELMD3)
No início de março deste ano, a Globo anunciou que adquiriu uma fatia na Eletromidia (ELMD3), empresa de notícias em painéis instalados em elevadores e pontos de ônibus. A aquisição foi fechada pela compra de 12 milhões de ações, o equivalente a 8,57% da empresa, segundo o portal “Seu Dinheiro”.
O valor da operação não foi revelado, mas com base na cotação do fechamento do pregão da última sexta-feira (3), de R$ 11,80 por papel, o negócio pode chegar a movimentar até R$ 141,6 milhões, como calculou o veículo.
De acordo com o fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o acordo envolve a venda para a Globo de 11.518.000 papéis pelo fundo Vesuvius FIP, que atualmente detém uma participação de 55,32% na companhia, e as 483 mil ações restantes pelo CEO Alexandre Guerrero Martins.
O documento ainda estipula que a Globo deverá comprar, no mínimo, 8,99 milhões das ações em operações em bolsa de valores, que devem ser realizadas em até 30 dias a partir da assinatura do contrato.
Após a conclusão da operação, o Vesuvius FIP e a Globo deverão celebrar um acordo de acionistas. O acordo garantirá à gigante da comunicação o direito de indicar um membro do Conselho de Administração da Eletromidia, enquanto possuir uma participação mínima entre 15% e 18% do capital social da companhia. Segundo o jornal, o negócio ainda está sujeito ao cumprimento de determinadas condições, como a aprovação da transação pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).