Recomendação neutra

Gol (GOLL4): BB eleva recomendação, mas descarta ‘céu de brigadeiro’

Analista do BB projeta que a empresa deverá captar US$ 2 bi em dívida e US$ 1,5 bi em novas ações até o final de 2025

Gol
Gol / Foto: Divulgação

O BB Investimentos aprimorou sua classificação da Gol (GOLL4) para neutra, levando em conta as mais recentes projeções macroeconômicas, os resultados operacionais mais recentes e o plano estratégico apresentado pela companhia aérea.

Em um relatório, o analista Luan Calimério ressalta que a Gol apresentou ao mercado um plano de negócios de cinco anos, que é respaldado por um programa de investimento em motores para restaurar aeronaves a suas condições operacionais e aumentar a frota. O plano também inclui a expansão da malha aérea e um programa voltado para a melhoria da eficiência.

“Chamamos a atenção do leitor para o fato de que a saída do Chapter 11 [processo de recuperação judicial nos EUA] é condição fundamental para a continuidade dos negócios da Gol (caso contrário, a companhia poderia ser liquidada). Portanto, apesar do cenário adverso possuir probabilidade concreta, consideramos o cenário benigno (ou seja, de saída) em nosso modelo”, afirma.

Embora a alteração na recomendação não seja vista como um sinal de otimismo em relação à Gol, a corretora enfatiza que isso reflete uma avaliação de que, se a saída do Chapter 11 for bem-sucedida e o desempenho operacional ocorrer conforme previsto, as despesas financeiras serão reduzidas e a saúde econômico-financeira da companhia será restabelecida.

Projeções do BB Investimentos para a Gol

O analista do BB projeta que a Gol deverá captar US$ 2 bilhões em dívida e US$ 1,5 bilhão em novas ações até o final de 2025. Esse montante seria suficiente para saldar o DIP (debtor in possession), que se refere a uma empresa sob proteção da falência, geralmente no contexto do Capítulo 11.

Dessa forma, a companhia poderia refinanciar uma parte significativa de suas dívidas e fortalecer sua posição de caixa. No entanto, esse cenário implicaria na diluição de mais de 95% dos acionistas atuais.

Em relação ao desempenho econômico-financeiro, as estimativas indicam uma receita líquida variando entre R$ 18,3 bilhões e R$ 22,3 bilhões, com uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 9,04%. Essa taxa representa o retorno necessário para que um investimento cresça ao longo do tempo.

O EBITDA (Lucros antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) deve oscilar entre R$ 4,3 bilhões e R$ 6,3 bilhões, apresentando um CAGR de 11,8%. Além disso, a projeção para o lucro líquido varia de R$ 710 milhões a R$ 875 milhões, o que resultaria em uma margem EBITDA entre 23% e 28%.



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