A Gol (GOLL4), atualmente em processo de recuperação judicial nos EUA, que viu suas ações caírem 88,5% no acumulado do ano, divulgou na sexta-feira (28) seus números operacionais preliminares de maio de 2024, como parte do processo do Chapter 11 da empresa.
A companhia aérea registrou um prejuízo líquido de R$ 371 milhões em maio, enquanto sua receita líquida totalizou R$ 1,27 bilhão no mesmo mês. A dívida líquida da empresa alcançou R$ 24,4 bilhões no período.
Para o Bradesco BBI, os números não são muito animadores, destacando dois resultados fracos consecutivos e antecipando um segundo trimestre de 2024 (2T24) sem grande destaque.
BBI avalia impactos na Gol
A baixa sazonalidade das viagens aéreas no Brasil e as enchentes no Rio Grande do Sul, que interromperam as operações no aeroporto de Porto Alegre (POA), afetaram negativamente a receita em maio. Isso resultou em uma queda mensal de 6% na receita por unidade de capacidade (RASK), que ficou em R$ 0,41.
A margem operacional manteve-se estável, mas a margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações sobre a receita) foi fraca, ficando em apenas 11%.
A redução de 3,4% na capacidade doméstica pode ser parcialmente atribuída às enchentes no aeroporto de Porto Alegre (POA), que representa 5% da capacidade total da Gol.
Retomada das operação em POA
No entanto, os voos estão sendo redirecionados para aeroportos próximos. O Bradesco BBI destaca que espera a retomada das operações em POA até dezembro de 2024.
Levando em conta todos esses fatores, o banco prevê que a companhia aérea apresentará resultados medianos no segundo trimestre de 2024. Além disso, o desempenho fraco em maio resultou em um aumento de R$ 1,103 bilhão na dívida líquida, gerando um consumo de caixa de R$ 710 milhões durante o mês.
“Apesar dessa perspectiva negativa, a empresa já fechou um acordo para adquirir 113 aeronaves (de um total de 142 em março de 2024) e 48 motores sobressalentes. Além disso, a Gol está avançando no processo do Chapter 11, com possibilidade de emergir desse processo em 2025”, avalia o banco.
O Bradesco BBI destaca que, devido à esperada diluição de capital, vê potencial para uma fusão entre a Azul (AZUL4), que possui recomendação de compra e preço-alvo de R$ 29,00, e a Gol (com recomendação de venda e preço-alvo de R$ 0,90).
Segundo suas estimativas atualizadas, essa fusão poderia gerar R$ 10,2 bilhões em valor presente líquido (VPL) de sinergias, ou R$ 10,00 por ação da AZUL4 após a diluição.