Após negociações com detentores de debêntures emitidas no exterior com vencimento em 2026, bem como outros credores financeiros, a Gol (GOLL4) obteve, nesta quarta-feira (28), a aprovação para seu empréstimo na modalidade DIP (debtor-in-possession), como parte do processo de recuperação judicial nos Estados Unidos (Capítulo 11), de acordo com fontes.
O veredicto favorável foi concedido durante uma audiência na Corte de Nova York, onde está em andamento o processo de recuperação da Gol desde 25 de janeiro.
Após debates intensos, os detentores de papéis com vencimento em 2026 conseguiram aprimorar suas condições dentro do processo e, como resultado, retiraram suas objeções ao empréstimo.
Ao expressarem preocupação de que seus papéis não estavam adequadamente garantidos, esses debenturistas conseguiram as mesmas garantias oferecidas aos detentores de títulos com vencimento em 2028, incluindo a marca Smiles, e tiveram seus custos com honorários legais no processo cobertos pela Gol. Dessa forma, eles obtiveram todas as concessões que haviam solicitado anteriormente.
Empréstimo da Gol
Os detentores de debêntures com vencimento em 2026 também contribuirão com US$ 50 milhões para o financiamento DIP, aumentando assim o montante total que a companhia aérea receberá para US$ 1 bilhão. Com mais recursos disponíveis, a segunda parcela que a Gol acessará imediatamente após a aprovação do financiamento DIP será de US$ 200 milhões, em comparação com os US$ 150 milhões previamente estabelecidos.
Segundo fontes, espera-se que a última parcela do empréstimo, no valor de US$ 450 milhões, esteja disponível para a companhia aérea até o final de março, após a conclusão de algumas burocracias pendentes. No início do processo, a empresa já havia obtido acesso a um financiamento de US$ 350 milhões.
Durante a reunião, a Gol conseguiu resolver as objeções apresentadas pelo Banco do Brasil, Bradesco e Santander. Essas instituições financeiras questionavam a inclusão de garantias, como recebíveis de cartão de crédito, na composição do financiamento DIP.
Diante do juiz Martin Glenn, a defesa da Gol destacou que os advogados do Bradesco e Banco do Brasil haviam concordado após reuniões em que o assunto foi esclarecido. De acordo com fontes, as garantias dessas instituições não seriam impactadas.