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Goldman alerta para impacto do câmbio e juros na B3 em 2025

A realidade da situação com do câmbio e das dívidas atreladas aos juros já estão relfetindo sobre as ações de setores como utilities e transportes, analisou o Goldman

Foto: pexels
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Após o real perder 24% de seu valor frente ao dólar, as empresas brasileiras, especialmente aquelas com grande exposição ao câmbio e à dívida atrelada às taxas de juros, enfrentarão uma grande pressão, ao passo que as taxas de juros de dez anos subiram mais de quatro pontos percentuais, conforme analisou o Goldman Sachs.

As previsões para o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil ainda não foram ajustadas para baixo, segundo o banco, apesar das flutuações cambiais e da elevação das taxas de juros. 

Contudo, os reflexos dessa realidade já começaram a ser sentidos nas ações, à medida que o mercado ajusta às expectativas frente às condições econômicas mais difíceis.

Setores como utilities (energia e saneamento), infraestrutura, companhias aéreas e locadoras de veículos são os mais atingidos, segundo o “InfoMoney”. Os custos para essas empresas ficam mais altos com a elevação dos juros e a desvalorização do real.

Entretanto, algumas companhias como a Energisa (ENGI11) e a Equatorial (EQTL3), ainda apresentam certa flexibilidade para repassar aumentos por meio de tarifas reguladas. Apesar disso, os analistas do Goldman observaram que sua capacidade de ajustar os preços é limitada.

Já no setor de transportes, as tarifas de companhias aéreas, como a Azul (AZUL4), precisam ser elevadas em cerca de 3% para equilibrar uma desvalorização de 10% do real. Porém, pelo fato dessas empresas já venderam antecipadamente muitas passagens, esses ajustes podem ser demorados. 

Enquanto isso, a análise do Goldman Sachs é que as locadoras de veículos, como a Localiza (RENT3), também têm uma margem de ajuste nos preços para enfrentar as altas taxas de juros. No entanto, seu crescimento pode ser retardado por isso.

A demanda por energia e outros serviços pode ser menos impactada pelas variações do PIB, segundo os estrategistas.

Goldman dobra lucro no 4º trimestre, para US$ 4,1 bilhões

Goldman Sachs lucrou US$ 4,1 bilhões no quarto trimestre de 2024, mais que o dobro do alcançado no mesmo período de 2023, de US$ 2,01 bilhões, como divulgou o banco nesta quarta-feira (15). O valor equivale a US$ 11,95 dólares por ação diluída no 4º trimestre, ante US$ 5,48 nos últimos três meses de 2023.

Os ganhos foram impulsionados pelas comissões em operações de fusão e aquisição, que passaram por uma recuperação no segundo semestre para os principais bancos de Wall Street; além das ofertas de dívidas; e da performance do banco na área de trading.

“Estamos muito satisfeitos com nossos fortes resultados para o trimestre e o ano”, afirmou o presidente-executivo do Goldman Sachs, David Solomon, em nota. “Estou encorajado que atingimos ou excedemos quase todas as metas que definimos em nossa estratégia para fazer a empresa crescer há cinco anos”, completou.