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Goldman Sachs elege suas ações varejistas preferidas; veja

Ao observar o quadro atual, o Goldman Sachs afirmou ver um sinal de preocupação crescente com um possível “pouso forçado” da economia

Foto: Varejo/CanvaPro
Foto: Varejo/CanvaPro

Se estivessem todas na lista principal do Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, as ações das varejistas teriam ocupado o topo das desvalorizações em 2024. O setor superou a queda de 9% do índice e recuou 19% nos últimos três meses. Em relatório recente, o Goldman Sachs analisou a sensibilidade das varejistas e do consumo às principais variáveis macroeconômicas, como câmbio, taxa de juros e crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), além de apontar as melhores chances de investimentos. 

Ao observar o quadro, o banco afirmou ser um sinal de preocupação crescente sobre um possível “pouso forçado” da economia. 

A equipe da instituição financeira citou que o momento puxa a necessidade de um ciclo de alta de juros mais longo e agressivo, impulsionado por pressões inflacionárias decorrentes de uma política fiscal frouxa, segundo o “InfoMoney”.

Além dos juros, a equipe do Goldman observou que o real brasileiro ajudou a piorar esse quadro ao atingir R$ 6,11 por dólar, com desvalorizações de 13% nos últimos três meses e 28% ao longo do ano passado.

Apesar disso, os analistas ainda veem que o cenário atual de demanda segue positivo, baseado no mercado de trabalho resistente, confiança elevada dos consumidores e níveis de alavancagem familiar elevados, mas estáveis.

A orientação do é que os investidores priorizem empresas com balanços equilibrados ou perfis de demanda mais defensivos.

Confira quais são as favoritas do Goldman Sachs

Uma das recomendações de compra é a Azzas 2154 (AZZA3), ação negociada a 7,9 vezes o preço sobre lucro ajustado (P/L) estimado para 2025. Sua valuation incorpora tanto as condições macroeconômicas adversas quanto dúvidas sobre os ganhos da fusão com o Grupo Soma, segundo o jornal.

O banco acredita que há um potencial para surpresas positivas na companhia varejista, principalmente na recuperação da marca Hering e na melhora das margens consolidadas. 

Outra recomendação de compra é a Lojas Renner (LREN3),que apresenta uma expectativa de crescimento médio anual do lucro por ação (EPS) de 13% entre 2025 e 2026. 

Na visão dos analistas, esse desempenho será impulsionado por expansão de margens, ganhos operacionais e melhorias no modelo logístico. A sinalização do Banco, mesmo com as estimativas de margem bruta revisadas para baixo devido ao câmbio desfavorável, é que o múltiplo de 8,4 vezes o P/L para 2025 ainda oferece um atrativo risco-retorno.

O Goldman mantém a recomendação de compra também para a Raia Drogasil (RADL3), uma ação que pode não estar tão descontada quanto outras, mas se destaca pelo perfil defensivo, com baixa sensibilidade a variáveis como câmbio, juros e crescimento econômico. 

Monitorar os riscos regulatórios que podem gerar impactos às margens, decorrentes do reajuste de preços atrelado à inflação passada, será necessário para os investidores.