As ações do Nubank (ROXO34) tiveram seu preço-alvo reduzido pelo Goldman Sachs, saindo de US$ 19 para US$ 17, o que implica em potencial de alta de 45,3% em relação ao último fechamento, na terça-feira (17). O banco manteve a recomendação de compra.
O banco avaliou que os potenciais riscos que o lucro do Nubank decepcione no ano que vem são limitados e gerenciáveis. Além disso, a equipe acredita que, se incorporados os principais riscos percebidos pelo mercado, o Nubank teria um resultado 29% maior em 2025 do que o esperado para este ano.
“Estimamos que os potenciais riscos à nossa estimativa recentemente revisada, de lucro de US$ 2,9 bilhões, sejam de apenas 9%, o que ainda implicaria em um crescimento de 29% no lucro e estaria 8% abaixo do esperado pelo mercado”, consta no relatório do Goldman, segundo o “E-Investidor”.
Para a equipe liderada pelo analista Tito Labarta, a desvalorização de 25% do papel ROXO34 desde a divulgação do resultado operacional do 3º trimestre se deve a preocupações com o cenário macroeconômico.
Além disso, o radar considera uma potencial desaceleração do financiamento de Pix, uma das linhas de crédito que mais tem crescido no balanço da fintech.
“Acreditamos que os riscos para os lucros são gerenciáveis, dada a forte alavancagem operacional da companhia, um balanço ainda desalavancado, o baixo prazo médio da carteira, múltiplas avenidas de crescimento e ao modelo de provisões com base na perda esperada”, afirmou o Goldman.
O quesito “balanço ainda desalavancado” citado pelo banco norte-americano se refere à relação entre empréstimos e depósitos. No Nubank essa ligação ainda é pequena, o que significa que a fintech ainda pode aumentar a carteira sem ter de recorrer a novos depósitos, segundo o veículo de notícias.
“O Nu tem excesso de capital o suficiente, e estimamos que se tivesse a mesma alavancagem do Itaú, seu retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) estaria próximo a 80%”, disse o Goldman.
Itaú BBA rebaixa Nubank (ROXO34) para neutro e corta preço-alvo
Após um balanço trimestral que desagradou o mercado, por conta do crescimento menor das receitas, o Itaú BBA rebaixou a recomendação das ações do Nubank (ROXO34) para “market-perform” (equivalente a neutro). O preço-alvo para 2025 também foi cortado de US$ 17,00 para US$ 15,00.
Em relatório, os analistas do Itaú BBA liderados por Pedro Leduc, afirmaram que os números do 3TRI24 do Nubank vão desencadear revisões nas previsões de ganhos e uma pausa na expansão dos múltiplos, após um período de recordes de alta das ações.
A desaceleração nas receitas é a principal razão apontada para isso, movimento que a equipe não esperava, segundo o “Broadcast+”.
No Brasil, as linhas de crédito pessoal e cartão de crédito seguem avançando, mas o ritmo de expansão da receita ficou mais lento.
No segmento de produtos para alta renda do Nubank, o crédito consignado e o UltraVioleta, houve crescimento mas não o suficiente para compensar a perda de fôlego da receita.
Devido ao ciclo de alta da Selic (taxa básica de juros) e expectativa de um ambiente pior para o crédito em 2025, o Itaú BBA espera uma desaceleração das margens do Nubank.
Sendo assim, a equipe do banco projeta um lucro menor para a fintech no ano que vem, chegando a US$ 2,8 bilhões, 17% a menos do que o anteriormente previsto.
“Acreditamos que o Nubank tem potencial de aumentar a participação no mercado em segmentos de renda média-alta, empréstimos consignados e em outros países, mas uma desaceleração no Brasil não pode ser ignorada”, ressaltou Leduc no relatório do Itaú BBA.