Um novo relatório sobre as expectativas para os resultados trimestrais das distribuidoras de combustíveis foi publicado pelo Goldman Sachs nesta sexta-feira (31). O banco revisou as recomendações para Vibra (VBBR3) e Ultrapar (UGPA3), visando uma maior pressão sobre as companhias, com isso, as ações no Ibovespa reagiram mal.
Os papéis ordinários da Vibra (VBBR3) recuava 3,21%, negociadas a R$ 17,19, por volta das 15h (horário de Brasília), enquanto as ações da Ultrapar (UGPA3) apresentavam queda de 1,11%, a R$ 16,89.
Para o Goldman Sachs, o ambiente competitivo acirrado deve ter efeitos nas margens das distribuidoras.
No caso da Vibra, o banco reduziu a recomendação de compra para neutra e o preço-alvo de R$ 27,40 para R$ 19,50. Devido aos efeitos da incorporação recente da Comerc, as ações da Vibra perderam atratividade, segundo o “Valor”.
Por sua vez, as ações da Ultrapar tiveram recomendação elevada de neutra para compra pelo Goldman Sachs, que também cortou o preço-alvo de R$ 25,10 para R$ 19,70, potencial de alta de 15,3% sobre o fechamento de ontem.
O relatório, assinado pelos analistas Bruno Amorim, Guilherme Costa Martins e Guilherme Bosso, indica que no curto prazo, as perspectivas são desafiadoras, com as companhias provavelmente aumentando estoques no fim de janeiro para não pegar produtos mais caros em fevereiro com o reajuste do ICMS, o que pode gerar excesso de oferta de combustíveis.
O Goldman avaliou ainda que a Ultrapar parece melhor posicionada para enfrentar o momento atual, pois reestruturou sua alavancagem recentemente, além das ações estarem sendo negociadas a múltiplos abaixo da média histórica.
Goldman Sachs reduz chances de aumento de tarifas à China
O discurso de posse de Donald Trump, proferido nesta segunda-feira (20), levou o Goldman Sachs a prever menores chances de alta nas tarifas sobre as importações chinesas, como divulgou o banco em relatório. Isto porque os anúncios de Trump sobre a política tarifária foram mais brandos que o esperado, afirmou o banco.
A instituição já previa que o presidente não iria anunciar nenhuma medida significativa após a posse, mas os comentários de Trump sobre a China foram mais amenos que nos discursos em campanha. Dessa forma o banco reduziu a probabilidade de aumento de tarifas de 90% para 70%.
Mesmo assim, a instituição manteve a alta como cenário-base. Para os analistas, a implementação das tarifas deve ocorrer no segundo semestre, mas pode ser adiada. Outra projeção do banco é a chance de 55% de imposição de tarifas aos automóveis da UE (União Europeia).
Além disso, as chances da imposição de uma tarifa universal neste ano baixou para 25%, nas projeções do banco.
“Se Trump acabar implementando uma tarifa que afete todos os países, acreditamos que é mais provável que ela seja direcionada a importações críticas ou seja mais restritas do que a tarifa universal que ele propôs durante a campanha”, afirmaram analistas do Goldman Sachs, em relatório.
Ao mesmo tempo, o banco avaliou que a ameaça de taxar em até 25% o México e o Canadá foi mais severa que o esperado, porém manteve a probabilidade de que isso aconteça neste ano em 20%. Os analistas lembram que Trump fez uma promessa parecida em 2019, que nunca foi cumprida.