Goldman Sachs: Selic pode cair 0,50 p.p. com mudança de rating

Executivo disse que o anúncio pode levar o Banco Central a cortar de 0,25 para 0,50 ponto a taxa básica de juros

O diretor de Pesquisa Macroeconômica do Goldman Sachs para América Latina, Alberto Ramos, acredita em uma redução mais agressiva no corte da Selic, após a agência de classificação de risco Fitch divulgar, nesta quarta-feira (26), a elevação da nota de crédito de longo prazo em moeda estrangeira do Brasil de “BB-” para “BB”.

Em entrevista para o Broadcast/Estadão, o executivo disse que o anúncio pode levar o BC (Banco Central) a cortar de 0,25 para 0,50 ponto a taxa básica de juros, que atualmente está em 13,75%. 

“Claramente o sentimento melhorou. Se é sustentável ou não, vai depender da combinação de fatores domésticos e estrangeiros. A atividade tem se mostrado resiliente, a inflação está cedendo, o Banco Central está prestes a iniciar o ciclo de corte de juros, e o câmbio está se apreciando. E parece que o ciclo de aperto monetário no exterior está prestes a terminar”, disse Ramos ao jornal “O Globo”. 

Fitch eleva nota de crédito do Brasil para “BB”

O relatório da agência de classificação de risco Fitch que elevou a nota de crédito de longo prazo em moeda estrangeira do Brasil, o fez com perspectiva estável. De acordo com a Fitch, a decisão reflete desempenho macroeconômico e fiscal melhor que o esperado. Nesse sentido, a agência citou no relatório divulgado ao mercado, a expectativa de que o novo governo trabalhará para mais melhoras. A Fitch ainda destacou que espera que as novas regras fiscais e medidas tributárias no Brasil ancorem uma consolidação fiscal gradual.

“As tensões políticas persistem, mas não resultaram em resultados econômicos ou políticos adversos e refletem o funcionamento eficaz dos freios e contrapesos em alguns casos”, afirmou a agência.

A nota do Brasil, em suma, foi rebaixada para o patamar BB-, em 2018, em meio à crise política e fiscal e pela não aprovação de reformas, como a da Previdência. De acordo com as agências de risco, a nova classificação ainda indica um “grau especulativo”— o que coloca o Brasil como um país menos vulnerável ao risco no curto prazo, mas com incertezas em relação a condições financeiras e econômicas adversas.

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