Visão otimista

Goldman Sachs: “Vá para o ouro”; vê alta de 15% até início de 2025

Queda nos juros dos EUA, riscos geopolíticos e apetite de países emergentes compõem a tese de investimento do banco

Goldman Sachs
Foto: Goldman Sachs/Divulgação

Os iminentes cortes nas taxas de juros dos EUA provavelmente direcionarão o capital de volta ao mercado de ouro, conforme aponta o Goldman Sachs. Em relatório, os analistas de commodities aconselham os investidores a “apostar no ouro.”

“Neste ambiente cíclico mais suave, o ouro se destaca como a commodity em que temos a maior confiança no aumento de curto prazo”, diz o texto.  

O banco mantém uma visão otimista para o metal precioso, estabelecendo um preço-alvo de US$ 2.700 por onça no início de 2025 — o que representa um aumento de 15% em relação ao preço atual de US$ 2.525 por onça troy.

Os analistas apontam três razões para a recomendação. A primeira é a dívida soberana dos EUA, que consideram “estrutural.” Eles afirmam que as compras de títulos pelo Federal Reserve devem continuar, aumentando a dívida.

Em seguida, o relatório menciona os cortes nas taxas de juros dos EUA, que devem direcionar recursos de volta para o ouro, “um componente amplamente ausente na forte alta do ouro observada nos últimos dois anos”, conforme destaca o texto.

Por último, o relatório destaca a função do metal precioso como “hedge” (proteção) em tempos de choques geopolíticos.

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Fator China avalia Goldman

Além disso, há um fator externo que reforça a tese do ouro: países orientais têm acelerado a compra do metal precioso como uma forma de diversificação do dólar. Gestores brasileiros destacaram essa tendência durante a Expert XP, realizada no final de agosto em São Paulo.

De acordo com eles, a demanda por ouro proveniente do Oriente por si só já seria suficiente para sustentar um otimismo em relação ao futuro da commodity.

O Goldman Sachs enfatiza especialmente a compra de ouro pela China. O preço-alvo de US$ 2.700 por onça, estabelecido pelos analistas, leva em conta o apetite do país asiático, observando que a China é “sensível” aos preços do ouro e precisará “absorver” o recente rali de alta dos preços.

“[Ouro] continua sendo nosso hedge preferido contra riscos geopolíticos e financeiros, com suporte adicional de cortes iminentes nas taxas do Fed e compras contínuas de bancos centrais de mercados emergentes”, escrevem os analistas do Goldman Sachs. 

Recentemente, o metal precioso ultrapassou a marca de US$ 2.500, estabelecendo um recorde histórico. Como resultado, o valor de uma barra de ouro atingiu pela primeira vez na história a cifra de US$ 1 milhão.