Governo pode chamar Correios para substituir Uber, diz Marinho

Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, defende a proposta de regulamentação do Uber e demais serviços por aplicativo

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho (PT), disse que se a Uber quiser deixar o Brasil devido à proposta de regulamentação do serviço por aplicativo, o governo federal pode chamar os Correios para substituir a empresa norte-americana. A declaração foi dada ao jornal “Valor Econômico”.

“Posso chamar os Correios, que é uma empresa de logística, e dizer para criar um aplicativo e substituir. Aplicativo se tem aos montes no mercado”, disse o ministro.  

Marinho falou de uma provável mudança na legislação trabalhista. Atualmente, os trabalhadores de aplicativo não têm direitos garantidos pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). De acordo com o petista, o desafio do governo Lula é entregar um salário mínimo para essas pessoas. 

O ministro do trabalho também chamou a possibilidade da Uber deixar o mercado brasileiro de “chantagem”, similar à postura adotada pela empresa na Espanha, mas que não foi levada adiante. 

“Na Espanha, no processo de regulação, a Uber e mais alguém disseram que iam sair. Esta rebeldia durou 72 horas. Era uma chantagem. Me falaram: ‘e se a Uber sair?’ Problema da Uber. Não estou preocupado”, completou Marinho. 

“É uma vergonha esse aumento de juros”, diz Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar a atual taxa de juros no Brasil ao discursar na cerimônia de posse de Aloizio Mercadante como presidente do Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Na semana passada, o Copom (Comitê de Política Monetária) manteve a taxa Selic em 13,75%.

“Não tem explicação para a taxa de juros a 13,5%. Faz anos que a gente briga pela taxa de juros no Brasil”, disse Lula.

O petista também afirmou que o problema é a cultura de juros altos no País, que não combina com a necessidade de investimentos.

“É uma vergonha esse aumento de juros e explicação que deram para a sociedade. Dizem que o presidente não pode falar [sobre a taxa de juros], eu tenho que falar. Quando eu era presidente eu era cobrado”, relatou.

“Quando o Banco Central era dependente de mim, todo mundo reclamava. Se a classe empresarial não se manifestar, se as pessoas acharem que vocês estão felizes com 13,5%, eles não vão baixar os juros”, completou Lula.

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