O governo de São Paulo estabeleceu um preço mínimo de R$ 63,56 para cada ação da Sabesp (SBSP3) no processo de privatização.
Esse valor foi determinado durante uma reunião extraordinária realizada na tarde do último sábado (20), antes da oferta pública ser lançada no mercado.
A informação só foi divulgada na quarta-feira (24), após a conclusão da operação que privatizou a empresa.
A oferta pública prosseguiria apenas se o investidor de referência fizesse uma proposta de preço superior a esse valor, que era conhecido naquele momento apenas pelos conselheiros presentes na reunião.
A Equatorial (EQTL3), único investidor a apresentar uma proposta para adquirir 15% da Sabesp, sugeriu o preço de R$ 67. Na época, essa proposta foi criticada por partidos de esquerda, pois estava abaixo do preço de mercado da ação da empresa de saneamento na B3, onde era negociada por cerca de R$ 74.
Governo sobre oferta
Além disso, o governo paulista estabeleceu que a oferta só seria concluída se houvesse ordens de pelo menos 20 investidores institucionais na oferta global. Esse requisito foi amplamente superado, com cerca de 310 investidores institucionais apresentando propostas.
Outra condição estabelecida foi a cobertura mínima de 1,33 vezes no livro de ofertas. Esse critério também foi amplamente superado, já que a demanda ultrapassou 12 vezes o valor do livro, atingindo R$ 187 bilhões.
Na cerimônia de encerramento do processo de privatização realizada nesta terça-feira, dia 23, na B3, o governador Tarcísio de Freitas defendeu o preço pago pela Equatorial na oferta. Ele argumentou que o valor estava significativamente acima do que era praticado no início da privatização, há 18 meses.
Em 2022, as ações da Sabesp variavam de R$ 33 a R$ 46, e só começaram a subir efetivamente após as eleições daquele ano e a expectativa de privatização, alcançando R$ 51.
Governador de SP sobre privatização
“Essa narrativa da esquerda não nos preocupa”, disse o governador de São Paulo. “Do ponto de vista financeiro, valeu muito a pena para o Estado”, completou.
“Atingimos nosso objetivo e o alcance financeiro foi maior do que o esperado”, disse a secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do governo de SP, Natália Resende, que estava na reunião que definiu o preço mínimo, em 20 de junho.
“Foi reforçado a todos os membros presentes que o preço mínimo da ação, a cobertura mínima e o número de mínimo de intenções de investimento deverão ter caráter RESERVADO (sic) e não poderão ser divulgados antes da liquidação da Oferta Pública”, comenta a ata da reunião do dia 20, publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo na quarta-feira.
“A não divulgação do preço mínimo também busca resguardar os interesses do Estado na medida em que evita que os investidores balizem suas ofertas convergindo para o preço mínimo.”