Promessas

Governo empenhou só 23% dos R$ 11 bi em emendas em abril

Passado já da metade do mês, o valor se mantém em R$ 2,52 bilhões

Governo / Antonio Cruz/ Agência Brasil
Governo (Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil)

No meio da crescente preocupação do Congresso com o governo, a estagnada liberação de emendas volta a ser alvo de críticas.

Em um cronograma estabelecido pelo Congresso, porém vetado pelo governo, esperava-se que até abril o governo tivesse empenhado R$ 11 bilhões em emendas.

Entretanto, mais da metade do mês transcorreu e o valor permanece em R$ 2,52 bilhões.

Governo “jogou a toalha” sobre ajuste fiscal, diz Mansueto

Mansueto Almeida, economista-chefe do BTG Pactual (BPAC11) acredita que a alteração na meta de superávit para 2025, pelo governo Lula, imprimiu no mercado a visão de que o governo “jogou a toalha” sobre o ajuste fiscal. 

Segundo o executivo do BTG, que já foi, inclusive, secretário do Tesouro (2018 – 2020), em entrevista à Bloomberg News, o governo brasileiro precisa mostrar compromisso com as contas públicas. 

Incluindo a contenção de gastos, para se diferenciar de forma positiva dos demais países emergentes e evitar uma piora das expectativas, disse ele. “O humor do mercado está azedando muito rapidamente”, apontou.

PLDO (Projeto de Lei e Diretrizes Orçamentarias) para 2025 foi apresentando nesta semana, com uma mudança na meta de resultado primário para o período e para os anos seguintes.

Agora, espera-se 0,0% do PIB para 2025, 0,25% do PIB para 2026 e 0,50% apenas em 2027. Combinado às apostas de que os juros devem seguir em alto nível por mais tempo, o receito da piora fiscal fez o dólar disparar acima de R$ 5,20. 

Mansueto destacou que a comunicação da mudança foi negativa, pois passou a ideia de que o déficit permanecerá até o final do governo. Amplificando, assim, a reação dos investidores. 

“Como o governo não conseguiu aumentar a arrecadação como queria, ele mudou a meta. A comunicação foi ruim”, disse o economista-chefe do BTG Pactual.