Após cerca de 40 dias no cargo, Jose Mauro Ferreira Coelho foi demitido da presidência da Petrobras (PETR4) nesta segunda-feira (23). O governo federal anunciou que o novo indicado para o posto é Caio Mario Paes de Andrade, atual secretário de Desburocratização do Ministério da Economia. Pos-graduado em Havard, o empresário foi presidente da SERPRO até agosto de 2020, até assumir a pasta atual.
Esta é a terceira mudança de chefia da companhia durante o governo de Jair Bolsonaro. Roberto Castello Branco e o general Joaquim Silva e Luna ocuparam o cargo antes de Coelho.
Sobre o indicado para a presidência, o governo declarou:
“O indicado reúne todos as qualificações para liderar a Companhia a superar os desafios que a presente conjuntura impõe, incrementando o seu capital reputacional, promovendo o continuo aprimoramento administrativo e o crescente desempenho da Empresa, sem descuidar das responsabilidades de governança, ambiental e, especialmente, social da Petrobras.”
Petrobras: Indicado já foi cotado para assumir estatal durante o governo Bolsonaro
Em abril, Caio Paes de Andrade até chegou a ser cotada para presidir a estatal, depois do economista Adriano Pires recusar o convite para ocupar o cargo. Na época, o governo buscava um sucessor para Joaquim Silva e Luna.
A estatal passa por um grande histórico de demissões no Governo Bolsonaro, o primeiro indicado logo após as eleições de 2018 foi o economista Roberto Castello Branco, que foi demitido pelo presidente, em fevereiro do ano passado, após atritos em relação ao reajuste nos preços de combustíveis durante a gestão no economista. O indicado para sucessão foi o general Joaquim Silva e Luna, o militar tomou posse do cargo em abril de 2021 e permaneceu no posto até março desse ano.
Os três presidentes demitidos da estatal foram vítimas das progressivas elevações nos preços dos combustíveis, já que o pré-candidato à reeleição, Jair Bolsonaro, cobrou de todos eles que os preços fossem contidos. Entretanto, a Petrobras está submetida ao critério da paridade internacional, política adotada pelo governo Temer em 2016 que faz os preços variarem de acordo com a cotação do barril de petróleo junto com as oscilações do dólar.
“Adicionalmente, diversos fatores geopolíticos conhecidos por todos resultam em impactos não apenas sobre o preço da gasolina e do diesel, mas sobre todos os componentes energéticos. Dessa maneira, para que sejam mantidas as condições necessárias para o crescimento do emprego e renda dos brasileiros, é preciso fortalecer a capacidade de investimento do setor privado como um todo. Trabalhar e contribuir para um cenário equilibrado na área energética é fundamental para a geração de valor da Empresa, gerando benefícios para toda a sociedade”, declarou a Petrobras em comunicado.