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GPA (PCAR3) fecha em forte queda após liderar ganhos no Ibovespa

A forte queda vem após uma sequência de duas altas

As ações do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) tiveram um dos piores desempenhos na sessão do Ibovespa desta terça-feira (16). Os ativos da companhia chegaram a avançar mais de 10% no pregão chegando a saltar até 11,20% (R$ 5,56), mas depois perderam força, fechando em baixa de 4,80%, a R$ 4,76, em um movimento visto como natural após um salto tão repentino nas duas sessões anteriores e também com o dia de alta dos juros futuros, que afeta os papéis de varejo.

A forte queda vem após uma sequência de duas altas, uma de 22,55% na véspera e de 11,17% na sexta-feira (12).

A análise realizada pela Genial Investimentos explica que a proposta de aumento de capital de R$ 1 bilhão anunciada em dezembro pressionou o papel. Todavia, essa pressão diminui conforme informações indicaram que a empresa deve demorar mais na execução da operação.

Os analistas ressaltam que a GPA é uma das ações mais shorteadas no Ibovespa, motivo pelo qual eles entendem que a ação pode ter sido impulsionada por uma grande cobertura da posição short.

Já o Bradesco BBI chama atenção ao fato do grupo francês Casino, que até então controla o GPA (PCAR3), está em fase final de entrega do controle ao empresário tcheco Daniel Kretinsky. Além disso, o executivo já demonstrou interesse na venda dos ativos do Grupo na América Latina.

O BBI avalia que o GPA (PCAR3) está passando por uma recuperação operacional lenta e constante, com operações comprovadamente melhores em seu negócio principal, supermercados e formatos de proximidade, mas ainda há grande problema de dívida a ser resolvido.

“Como a empresa não possui problema de liquidez de curto prazo, o interesse da empresa é buscar o momento mais adequado para prosseguir com a oferta, a fim de maximizar os recursos e obter as melhores condições para os acionistas minoritários”, disse o banco.

Ibovespa fecha em forte queda com incerteza sobre juros; dólar sobe

O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta segunda-feira (15) em forte queda de 1,56%, aos 129.463,58 pontos. O dólar comercial encerrou o dia com alta de 1,22%%, a R$ 4,92.

A bolsa perdeu o patamar dos 130 mil pontos devido a um ajuste de posições diante de dúvidas em torno das decisões dos bancos centrais, em especial do Fed (Federal Reserve), em dia de comentários do diretor Christopher Waller, que pôs em dúvida a possibilidade de queda nos juros em março.

“Isso gera uma instabilidade, uma volatilidade para o mercado e uma preocupação em relação à definição de juros por lá. Então a grande questão hoje é que ninguém quer assumir riscos”, resumiu o especialista em investimentos e sócio da GT CAPITAL, Dierson Richetti.

Além disso, agentes citaram alguma ansiedade com as eleições presidenciais americanas, após as prévias republicanas em Iowa, que deram vitória folgada para Donald Trump.