Após divulgar um estudo sobre a agenda ASG (aspectos Ambientais, Sociais e de Governança), mais conhecido como ESG (sigla em inglês), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) realizou uma coletiva online com jornalistas nesta quinta-feira (26). De acordo com Bruno Luna, chefe da Assessoria de Análise Econômica e Gestão de Riscos, área da CVM que conduziu o estudo, a grande preocupação do mercado é em relação ao greenwashing.
O greenwashing (maquiagem verde, na tradução livre para o português) é uma prática de empresas que consiste na alteração ou omissão de informações em relação aos critérios ESG. Ou seja, devido a maior atenção dos investidores em relação aos critérios ESG das empresas, algumas delas acabam promovendo discursos para passar uma imagem irreal de que são socialmente e ambientalmente corretas.
“Segundo relatório da Fribras e LAB (2020), grande parte da regulação atual voltada para a sustentabilidade, no que tange às exigências ASG, não é precisa o suficiente e não previne, de maneira clara, a ‘maquiagem verde’ (greenwashing, em inglês) ou a omissão de informações”, informou a CVM em seu estudo.
De acordo com Bruno Luna, chefe da Assessoria de Análise Econômica e Gestão de Riscos da CVM que conduziu o estudo, os reguladores internacionais estão preocupados com a ampliação da transparência por parte das empresas na hora de compartilhar dados e informações sobre as condutas ESG.
“A grande preocupação é em relação ao greenwashing. É uma preocupação do mercado, mas também para reguladores. O que ficou muito claro é que atualmente os reguladores de modo geral estão querendo ampliar a transparência”, disse Luna aos jornalistas.
O estudo exploratório sobre ESG da CVM entrou no radar do órgão no final de 2020. O objetivo foi traçar uma análise detalhada das iniciativas internacionais mais relevantes sobre o tema. De acordo com Luna, a CVM deve disponibilizar um conjunto de informações completo sobre ESG para o mercado em 2023.
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“Uma preocupação que se tem é sobre como segmentaremos o pedido das informações para as empresas, porque pode ser simples para algumas empresas e difícil para outras. Nenhum regulador escolheu adotar um determinado padrão. Ninguém está pensando em estabelecer um padrão único para todos”, afirmou Luna.
De acordo com o chefe da assessoria de análise econômica e gestão de riscos da CVM, a grande maioria dos investidores já fazem escolhas com base em critérios que envolvem sustentabilidade.
“Algo que foi bem destacado pelos investidores em termos de preocupação com o ESG diz respeito à própria confiabilidade sobre as informações das empresas. 75% dos investidores acreditam que as informações não são corretas ou adequadas”, disse Luna.