O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou ao mercado, nesta segunda-feira (30), que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez as indicações de Paulo Picchetti e Rodrigo Teixeira para cargos na diretoria do Banco Central (BC).
Portanto, Paulo Pichetti está sendo indicado para a diretoria de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos e Rodrigo Teixeira foi indicado para a diretoria de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta.
Para assumir seus cargos, os indicados ainda precisam passar pelo processo de sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, ter seus nomes aprovados pela comissão e, posteriormente, pelo plenário do Senado Federal.
A diretoria colegiada do Banco Central consiste em um presidente, atualmente Roberto Campos Neto, e oito diretores. Com as indicações feitas pelo presidente Lula nesta semana, o BC terá agora quatro diretores indicados pelo atual governo.
A principal responsabilidade dos diretores do Banco Central é assegurar o controle da inflação. O Brasil adota um sistema de metas de inflação, que o BC deve seguir. A taxa básica de juros da economia, a Selic, é o principal mecanismo que a instituição utiliza para esse fim.
Quando a inflação se encontra em patamares elevados, o Banco Central aumenta a taxa Selic. Quando as projeções de inflação estão alinhadas com as metas estabelecidas, o BC pode optar por diminuir a taxa básica de juros. No momento, após dois cortes consecutivos, a Selic está fixada em 12,75% ao ano.
Os diretores do Banco Central desempenham um papel crucial na determinação da taxa de juros básica da economia durante as reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), que ocorrem a cada 45 dias.
Críticas de Lula
No decorrer deste ano, o presidente Lula expressou repetidas críticas ao elevado nível da taxa básica de juros da economia, o que só começou a se atenuar após o Banco Central iniciar o atual ciclo de redução da Selic em agosto. Lula argumenta que as taxas de juros elevadas prejudicam o crescimento econômico, bem como a criação de empregos e renda.
O atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, foi nomeado para o cargo por Jair Bolsonaro e confirmado pelo Senado. Com a aprovação da autonomia do Banco Central, ele tem mandato até o final de 2024.
No final de setembro, o presidente Lula teve uma reunião com Campos Neto, que marcou o primeiro encontro entre eles desde a posse de Lula em janeiro. Os detalhes da reunião não foram divulgados. O ministro Haddad mencionou que o objetivo do encontro era estabelecer uma relação entre os dois.