O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira (4) que acredita que a equipe econômica está pronta “essa semana para anúncio do Plano de corte de gastos“. De acordo com o ministro, a parte técnica do projeto “está avançada”.
Ainda segundo Haddad, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passou o final de semana trabalhando no pacote de medidas fiscais. “Por deferência a Lula, vamos esperar algumas horas para ter o encaminhamento sobre cortes”, disse o ministro.
A reunião sobre o pacote fiscal, aguardada ansiosamento pelo mercado, acontecerá depois do período da manhã, assegurou o ministro, que cancelou sua ida à Europa em meio à pressões para o anúncio das medidas.
De acordo com informações do colunista Lauro Jardim, do O Globo, o governo pode anunciar ainda nesta segunda (4) o pacote de corte de gastos. O intuito do presidente Lula ao pedir que Haddad adiasse a sua viagem à Europa foi justamente acelerar a divulgação das medidas, apurou o colunista.
Haddad e Tebet vão propôr limite para despesas obrigatórias dentro do arcabouço fiscal
A proposta dos ministros Fernando Haddad e Simone Tebet apresentada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prevê um limite para o crescimento das despesas obrigatórias dentro do arcabouço fiscal, informou o G1 e a GloboNews. As exceções seriam o aumento real do salário mínimo e vinculação da aposentadoria ao mínimo.
Além disso, os ministérios da Fazenda e do Planejamento vão propor também mudanças na vinculação de gastos com educação e saúde. A sugestão visa conter o crescimento de despesas, que estão fora do alcance dos limites definidos no arcabouço fiscal.
Ainda de acordo com as veículos, caso as medidas não sejam aprovadas, só há duas saídas: parar alguns setores da máquina pública por falta de recursos ou então romper com as regras do arcabouço fiscal. Assessores da equipe econômica avaliam, inclusive, que a tendência é ter o apoio de boa parte do Legislativo.
A avaliação ainda é que, a depender do resultado das eleições dos EUA, a aprovação destas medidas vai se tornar essencial, visto que, em caso de vitória de Donald Trump, a pressão sobre o dólar tende a aumentar.