O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na última quarta-feira (18), que não ficou surpreso com a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de aumentar a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, alcançando 10,75% ao ano.
“Eu não me surpreendi, mas eu só vou comentar a decisão depois da leitura da ata, semana que vem, como de hábito. Vou dar uma olhada, vou conversar internamente, vou verificar o que esperar para o futuro próximo, daí eu comento com vocês”, disse o ministro aos jornalistas.
Haddad sobre corte de juros nos EUA
Sobre o corte na taxa de juros dos EUA, anunciado ontem, o ministro considerou que, embora tenha ocorrido com certo atraso, finalmente aconteceu. Haddad ainda destacou que espera uma trajetória mais consistente e prolongada de redução da taxa dos Fed Funds.
Em relação ao corte de juros nos EUA, Haddad comentou que já havia uma expectativa de que o ciclo de redução começaria em junho. Segundo o ministro, esse movimento de queda na taxa norte-americana proporciona um alívio para o cenário econômico doméstico.
“Eu penso que agora deve entrar numa trajetória de cortes e eu penso que isso vai ser duradouro. Não acredito que em 2025, em 2026, nós tenhamos surpresas, o que é ótimo para o Brasil e para o mundo, porque isso dá um alívio doméstico grande e nos coloca uma responsabilidade de continuar fazendo um trabalho de arrumação da casa aqui para colher os frutos desses ventos favoráveis”, afirmou Haddad.
O Federal Reserve (Fed), ao optar por reduzir os juros em 0,50 ponto percentual, destacou em comunicado que seus dirigentes demonstram “maior confiança de que a inflação está se movendo de forma sustentável em direção à meta de 2%”.
Além disso, o Fed avaliou que os riscos para alcançar seus objetivos de emprego e inflação estão, em grande parte, equilibrados.
Trajetória do juros
Conforme divulgado pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o Copom decidiu, de forma unânime, aumentar a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, atingindo 10,75% ao ano.
Esse ajuste representa o primeiro aumento dos juros durante o terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, conhecido por ser um forte crítico da elevação das taxas.
De acordo com o Copom, o aumento da taxa foi motivado por um “cenário caracterizado pela resiliência da atividade econômica, pressões no mercado de trabalho, hiato positivo do produto, elevação nas projeções de inflação e expectativas desancoradas”, o que exige uma política monetária mais restritiva.