O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou ao mercado que “nem sempre a melhor solução é aumentar os juros”. Ele também destacou que, em certas situações, “é mais adequado mantê-los em um patamar restritivo”.
A declaração foi feita em resposta a uma pergunta de jornalistas sobre uma observação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Mais cedo, durante uma audiência na Câmara, o chefe da autoridade monetária afirmou que a elevação da Selic será implementada se necessário para trazer a inflação de volta à meta.
“Em relação à possibilidade de subir os juros, ontem, tiveram duas falas de diretores, inclusive diretores apontados por esse governo, dizendo: ‘Olha, nós vamos fazer o que tiver que fazer para a inflação atingir a meta’. E, se tiver de subir os juros, se for necessário, vai ser feito.”
Haddad também ressaltou que o Banco Central deve avaliar diversos fatores antes de decidir aumentar os juros. “A decisão sobre juros impacta os preços em tempo dilatado. Não acontece imediatamente. O Banco Central tem que sopesar muitas variáveis”, disse.
No entanto, declarou que “não é atribuição do Ministério da Fazenda” tratar do assunto. “O que eu estou feliz é que o Brasil está crescendo com inflação controlada”, afirmou.
Em 31 de julho, o Banco Central optou por manter a Selic em 10,50% ao ano, marcando a segunda vez em 2024 que a decisão foi tomada, ambas por unanimidade do colegiado.
Haddad diz que Brasil está no caminho para ‘retomar crescimento’
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), declarou nesta segunda-feira (12) que, apesar dos desafios enfrentados, o país está no caminho certo para retomar o crescimento sustentado. As falas ocorreram durante o painel de política “A Política Econômica do Governo Lula”, na segunda edição do evento anual promovido pela Warren Investimentos.
Durante seu discurso, Haddad destacou conquistas como o aumento da produtividade e a recuperação fiscal. O ministro da Fazenda apresentou uma análise otimista sobre o avanço da economia brasileira em seus 18 meses à frente da pasta.
Haddad iniciou sua fala reconhecendo as dificuldades herdadas ao assumir o Ministério da Fazenda, em meio a um cenário de orçamento deficitário. “O orçamento de 2022 já previa um déficit de 60 bilhões de reais, mas não expressava a real situação do país naquele momento”, afirmou.