Hapvida (HAPV3) despenca com proposta para reajustes da ANS

Mudanças propostas pela agência envolvem planos coletivos, coparticipação e franquia, venda de planos online e revisão técnica de preços de planos individuais e familiares

As ações da Hapvida (HAPV3) estão caindo com os impactos da proposta de regras para reajustes dos planos de saúde da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), anunciadas nesta segunda-feira (17). Por volta das 13h15 (horário de Brasília), as ações da companhia caíam 13,62%, cotadas a R$ 2,22.

“Sendo a empresa de menor custo, a Hapvida será uma das mais afetadas pela proposta que pode penalizar os operadores (de planos de saúde) mais eficientes”, disseram analistas do BTG Pactual em relatório a clientes.

Quais são as mudanças nas regras que afetaram a Hapvida

As mudanças nas regras para reajustes propostas pela ANS envolvem planos coletivos, coparticipação e franquia, venda de planos online e revisão técnica de preços de planos individuais e familiares. Uma das alterações é que não vai ser mais permitida a acumulação de índices financeiro e por sinistralidade para cálculos de reajuste.

“A operadora precisará adotar ou um ou outro. Além disso, a ANS definirá um percentual mínimo de 75% para sinistralidade meta para cálculo de reajuste. O objetivo é dar ao consumidor maior transparência sobre o cálculo realizado para a definição do percentual”, disse a ANS, em comunicado.

Em pesquisa com 412 operadoras de planos de saúde, a agência constatou que 406 delas usavam a sinistralidade para o cálculo do índice de reajuste para planos coletivos. Destas, 146 usavam 70% como sinistralidade meta e 142 usavam mais de 70%.

Outras propostas da ANS são a criação de parâmetros mínimos para as cláusulas e metodologia de reajuste; incluir contratos empresariais com menos de mil vidas e toda a carteira de adesão; e igualar as regras de rescisão para os planos coletivos às normas do segmento de empresário individual.

Os analistas do BTG viram como negativas as medidas de cobertura ilimitada para tratamentos de autismo e atualizações na oferta de procedimentos. “Depois de muitos problemas regulatórios após a pandemia, muitos participantes do setor esperavam que o efeito líquido das potenciais mudanças viria para melhor, não para pior”, afirmaram, no relatório.