As ações da Hapvida (HAPV3) despencam na sessão do Ibovespa desta segunda-feira (22). Às 14h30, os papéis da operadora de saúde registravam perdas de 4,22%, cotados R$ 3,85.
As perdas acontecem após a divulgação de uma reportagem que alega que ela é acusada de descumprir sistematicamente decisões judiciais favoráveis aos seus beneficiários.
Diante das notícias, o Citi revisou indicadores de satisfação do consumidor para alguns dos principais players do setor de saúde. Segundo o levantamento, a Hapvida permanece alinhada à média do setor, com as reclamações crescendo menos do que a média das demais empresas. De acordo com a análise, os dados sugerem que há uma deterioração dos níveis de satisfação no setor como um todo, e não algo específico da empresa. O Citi tem recomendação de compra do papel, com preço-alvo de R$ 6.
O Santander (SANB11), por sua vez, atualizou as suas indicações para as ações das empresas de saúde, considerando que o setor será negativamente impactado pelo aumento da taxa de desempenho e a piora na acessibilidade aos serviços. O índice de sinistralidade médica (MLR) também permanece alto, o que deve desencadear um aumento de até dois dígitos nos preços cobrados. Para o ano, os analistas do banco esperam que as empresas concentrem os seus esforços na rentabilidade, em meio a um cenário competitivo mais racional.
Hapvida nega ‘descumprimento sistemático’ de decisões judiciais
A Hapvida comunicou, em resposta à solicitação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na última sexta-feira (19), que “não possui qualquer política ou orientação para o descumprimento sistemático ou ordenado de decisões judiciais”.
A Hapvida declarou que tomará medidas urgentes para obter informações detalhadas sobre o assunto. “Caso necessário, (a empresa) avaliará se existem quaisquer medidas a serem reportadas ou adotadas a respeito”, afirmou a Hapvida em esclarecimento ao mercado.
A matéria veiculada pelo jornal O Estado de S. Paulo na última quinta-feira alega ter descoberto mais de cem casos de não cumprimento de decisões judiciais nos últimos oito meses. Segundo o jornal, tal situação desencadeou investigações do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPE-SP) sobre a Hapvida. Quando procurada pela equipe BP Money, a empresa optou por não se pronunciar. O mesmo ocorreu com a Reuters.
No comunicado divulgado nesta sexta-feira, após o encerramento do mercado, a Hapvida declarou ter tomado conhecimento da investigação conduzida pelo MPE-SP por intermédio da Promotoria de Defesa do Consumidor. A empresa assegurou que já teve acesso aos autos e está disposta a contribuir, prestando os esclarecimentos necessários.
As ações da operadora de planos de saúde encerraram o pregão na B3 com uma variação positiva de 0,5% na sexta-feira, alcançando R$ 4,02, após um declínio de quase 7% no dia anterior.