Hapvida (HAPV3) fará oferta de ações que pode girar R$ 1 bi

A Hapvida pretende utilizar integralmente os recursos líquidos provenientes da oferta para fortalecimento de sua estrutura de capital

 

A Hapvida (HAPV3) emitiu fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), no domingo (2) anunciando oferta pública de distribuição primária de, inicialmente, 329.339.600 ações ordinárias da companhia, podendo alcançar pouco mais de R$ 1 bilhão considerando lotes extras. A companhia pretende utilizar integralmente os recursos líquidos provenientes da oferta para fortalecimento de sua estrutura de capital. Com informações do jornal “Estadão”. 

A quantidade de ações da Hapvida inicialmente ofertada poderá, a critério da companhia, em comum acordo com os coordenadores da oferta, ser acrescida em até 20% do total de ações inicialmente ofertadas, ou seja, em até 65.867.920 novas ações, nas mesmas condições e pelo mesmo preço das ações inicialmente ofertadas, as quais serão destinadas exclusivamente a atender eventual excesso de demanda que venha a ser constatado.

A empresa lembra que o preço por ação será fixado após a conclusão do procedimento de bookbuilding, previsto para 12 de abril.

Considerando o preço de fechamento do pregão de 31 de março de R$ 2,62, a oferta pode girar R$ 862.869.752,00, sem considerar a colocação das ações adicionais, e R$ 1.035.443.702,40 considerando a colocação da totalidade do lote extra.

Simultaneamente, no âmbito da oferta, serão realizados esforços de colocação das ações (considerando as ações adicionais) no exterior. A operação tem coordenação do Bank of America Merrill Lynch (Coordenador Líder), do UBS Brasil (UBS BB), do Banco BTG Pactual e do Banco Itaú BBA.

Nesta segunda-feira (3), as ações da companhia fecharam com queda de 6,87% sendo contados a R$ 2,44.

 

Ações da Hapvida sobem 15% após injeção de liquidez

A Hapvida celebrou na semana passada,o instrumento vinculante para operação de SLBN (sale and leaseback) de dez imóveis de propriedade de suas controladas, no valor de R$ 1,25 bilhão, com um veículo de investimento da Família Pinheiro (LPAR), controladora da companhia. A transação está em linha com a estratégia da companhia, de ser mais “asset light”.

 

As medidas animaram os investidores e por volta das 11h10 desta terça-feira, as ações da empresa subiram em +17,12%, a R$ 2,61. Com a mudança, a JPMorgan elevou a Hapvida de neutra para compra no overweight (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra).

 

“No geral, saudamos o anúncio porque: a) o SLB limita a diluição potencial de minoritários; b) o cap rate (medida de avaliação imobiliária) da SLB é de mercado, apesar de ser um negócio entre partes relacionadas e, c) remove

a gestão de passivo de curto prazo dos holofotes, dada a situação de liquidez apertada nos níveis de holding (apesar de não haver problemas de curto prazo nas entidades operacionais), permitindo que a gestão se concentre totalmente na integração da NotreDame e suas sinergias”, contou a gestora de participações.

 

O Goldman Sachs destacou o anúncio como positivo, pois mitigaria um de seus principais riscos se bem-sucedido. “Saudamos a empresa abordando os riscos relacionados à sua posição de caixa para 2023, que se tornou uma das principais preocupações do mercado sobre a empresa após os resultados decepcionantes do quarto trimestre de 2022”, apontam os analistas.

 

A Hapvida vinha com tendo queda de até 50% de suas ações no acumulado de março.