Saúde

Hapvida (HAPV3) perde clientes em novembro

O Grupo Hapvida foi impactado principalmente pela NotreDame Intermédica, que passou por uma redução de 50,6 mil usuários

Hapvida (HAPV3)
Foto: Hapvida (HAPV3)/ Divulgação

O Grupo  Hapvida (HAPV3) perdeu 71,4 mil clientes em novembro de 2024, mesmo em um contexto de crescimento do setor, com um aumento anual de 843,8 mil (1,66%) e um total de 51,5 milhões de beneficiários no mesmo mês. Os dados são da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).

O Grupo Hapvida foi impactado principalmente pela NotreDame Intermédica, que passou por uma redução de 50,6 mil usuários.

“Nos perguntamos se a fraqueza das adições líquidas da NotreDame Intermédica pode estar de alguma forma relacionada à sua integração de sistema recentemente concluída”, afirmou o Citi, em relatório.

A Bradesco Saúde também teve perdas, de 21,7 mil usuários.

Enquanto isso, a Sulamérica teve o maior aumento de usuários, com 36,3 mil novos clientes; a Porto ganhou 8,8 mil; e a Amil teve um acréscimo de 22,7 mil clientes. Em relação às cooperativas, a Unimed Nacional perdeu 10,1 mil e a Unimed BH aumentou em 1,6 mil o número de beneficiários.

Os planos odontológicos também crescem, com 1,9 milhão de usuários a mais em novembro e um total de 34,1 milhões de beneficiários. O maior incremento foi para a OdontoPrev, com 37,5 mil usuários a mais.

Hapvida (HAPV3) despenca com proposta para reajustes da ANS

As ações da Hapvida (HAPV3) estão caindo com os impactos da proposta de regras para reajustes dos planos de saúde da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), anunciadas nesta segunda-feira (17). Por volta das 13h15 (horário de Brasília), as ações da companhia caíam 13,62%, cotadas a R$ 2,22.

“Sendo a empresa de menor custo, a Hapvida será uma das mais afetadas pela proposta que pode penalizar os operadores (de planos de saúde) mais eficientes”, disseram analistas do BTG Pactual em relatório a clientes.

Quais são as mudanças nas regras que afetaram a Hapvida

As mudanças nas regras para reajustes propostas pela ANS envolvem planos coletivos, coparticipação e franquia, venda de planos online e revisão técnica de preços de planos individuais e familiares. Uma das alterações é que não vai ser mais permitida a acumulação de índices financeiro e por sinistralidade para cálculos de reajuste.

“A operadora precisará adotar ou um ou outro. Além disso, a ANS definirá um percentual mínimo de 75% para sinistralidade meta para cálculo de reajuste. O objetivo é dar ao consumidor maior transparência sobre o cálculo realizado para a definição do percentual”, disse a ANS, em comunicado.

Em pesquisa com 412 operadoras de planos de saúde, a agência constatou que 406 delas usavam a sinistralidade para o cálculo do índice de reajuste para planos coletivos. Destas, 146 usavam 70% como sinistralidade meta e 142 usavam mais de 70%.

Outras propostas da ANS são a criação de parâmetros mínimos para as cláusulas e metodologia de reajuste; incluir contratos empresariais com menos de mil vidas e toda a carteira de adesão; e igualar as regras de rescisão para os planos coletivos às normas do segmento de empresário individual.

Os analistas do BTG viram como negativas as medidas de cobertura ilimitada para tratamentos de autismo e atualizações na oferta de procedimentos. “Depois de muitos problemas regulatórios após a pandemia, muitos participantes do setor esperavam que o efeito líquido das potenciais mudanças viria para melhor, não para pior”, afirmaram, no relatório.