A seguradora HDI anunciou neste sábado (27), a compra da Liberty Seguros na América Latina pelo valor de quase R$ 7 bilhões (1,3 bilhão de euros). Com a aquisição, a HDI, que pertence ao grupo alemão Talanx, salta da 10ª posição para a vice-liderança no mercado brasileiro de seguros, excluindo vida e previdência, atrás da Porto (PSSA3). As informações são do jornal “Valor Econômico”.
Com a compra, a HDI vai ganhar mais espaço no mercado brasileiro e expandir também sua atuação na América Latina, entrando no Equador, onde ainda não estava presente. Além de Brasil e Equador, a Liberty tem atuação na região no Chile e Colômbia.
Trata-se de uma das maiores operação de M&A (fusões e aquisições, pela sigla em inglês) até o momento no Brasil, em um ano de fraca atividade, dada a alta volatilidade e cenário de juros no país.
O presidente da HDI Seguros, Eduardo Dal Ri, disse que a aquisição realizada em um momento de mais volatilidade do mercado reforça uma decisão global da companhia de crescer no Brasil. “A empresa elegeu alguns países como ‘core’ de crescimento e um deles é o Brasil”, diz o executivo, em entrevista exclusiva ao Valor.
A compra da operação da americana Liberty na região é ainda a segunda aquisição da HDI em um ano, depois de comprar a linha da varejo da Sompo Seguros, em 2022. Dal Ri disse que a companhia seguirá com sua estratégia de crescimento orgânico no Brasil, avenida fortalecida com a aquisição da Liberty na América Latina, mas que seguirá atenta a outras oportunidades de M&A. “Nos últimos anos nos colocamos como um consolidador do mercado”, diz o executivo.
Em busca da liderança
Em um M&A competitivo, que atraiu outras gigantes globais como Allianz e Mapfre, segundo apurou o Valor, a HDI assumirá a liderança de mercado em algumas regiões do Brasil, como o Sul. “Teremos uma escala muito maior e mais competitividade do que com as duas empresas isoladas”, aponta.
Segundo ele, foi identificada uma rede de distribuição complementar e a companhia estuda atuar com multimarcas no Brasil, experiência que tem dado certo em outros países. “Assim o distribuidor poderá ter mais opções”, diz.
A HDI, por não ter a propriedade da marca Liberty, adotaria, assim, uma nova bandeira. O executivo diz que está ainda na mesa entrar no Brasil no segmento de vida. “Só não vamos trabalhar em previdência e saúde”, comenta.
A Liberty decidiu no ano passado desembarcar de mercados menos relevantes para seu negócio, por isso a sua saída do Brasil. Pela Liberty trabalhou como assessor financeiro o J.P. Morgan e do lado da HDI o banco de investimento Rothschild. A operação ainda depende do aval dos reguladores.