O home office mudou para sempre a maneira que as relações de trabalho eram feitas. Em meio a pandemia da Covid-19, milhões de empresas foram obrigadas a exigir que seus funcionários trabalhassem de suas casas. Contudo, com a retomada das atividades presenciais e do trabalho híbrido, as companhias devem enfrentar resistência de diversos empregados.
De acordo com um estudo da ADP Research Institute, a Geração Z, composta por jovens nascidos a partir de 1990, mostra que 71% dos jovens de 18 a 24 anos de 17 países, incluindo o Brasil, afirmam que preferem o home office e não querem voltar ao escritório por tempo integral e pediriam demissão caso fossem exigidos a isso.
O percentual da Geração Z é maior do que entre trabalhadores mais velhos. “Para esse segmento de trabalhadores, a mudança do local de trabalho para o lar foi bastante natural”, explicou Nela Richardson, economista-chefe da ADP em entrevista a “Exame”.
“O home office parecia uma extensão de suas vidas sociais em algum sentido, porque eles ainda não haviam sido cimentados pelo local de trabalho. E assim os desafios de voltar ao trabalho são mais formidáveis. Estamos falando de jovens trabalhadores que nunca colocaram o pé na porta e honestamente não sabem o que estão perdendo em termos de local de trabalho”, acrescenta Richardson.
Home Office: pandemia afetou entrada no mercado de trabalho da Geração Z
Segundo o estudo, muitos jovens podem ter ingressado na força de trabalho durante a pandemia, o que tornou o trabalho remoto mais comum. Por isso, ver os colegas de trabalho em telas de computador e não presencialmente se tornou o normal.
De acordo com Richardson, a Geração Z pode estar perdendo oportunidades na construção de relacionamentos com os parceiros profissionais.
Os dados brasileiros apresentam números diferentes do que a média global em relação ao home office. Cerca de 50% dos trabalhadores do Brasil que são da Geração Z preferem o trabalho remoto em relação a volta integral ao presencial.