Após finalizar o ano de 2024 com queda superior a 10%, a Bolsa brasileira começou 2025 tendo a exposição cortada por diversas instituições financeiras renomadas, como, por exemplo, a HSBC. O banco rebaixou a avaliação do Brasil de neutra para venda dentro dos mercados emergentes.
A análise da equipe do banco é que o mercado brasileiro é um caso clássico de value trap (ou armadilha de valor). Isso significa que a Bolsa brasileira parece estar com desconto, mas, na verdade, só está desvalorizado porque é um mau negócio.
Para Alastair Pinder, Nicole Inui e Herald van der Linde, estrategistas que assinam o relatório do HSBC, o mercado brasileiro já teve um desempenho significativamente inferior ano passado e não há razões para crer que o cenário vai mudar, mesmo com os valuations parecendo atrativos.
“Os valuations estão baratos, mas estão baratos por uma razão. É improvável que o mercado tenha uma reclassificação até que haja um declínio nas taxas de juros e nos rendimentos dos títulos locais, o que pode não ocorrer antes do segundo semestre de 2025, no mínimo”, avaliou o HSBC, segundo o “InfoMoney”.
A Bolsa brasileira foi fortemente afetada pelo risco fiscal em 2024, com a piora nas expectativas conforme o ano foi se encerrando. O banco citou os altos juros reais, acima de 7%, como um fator para entrave para o Brasil neste ano.
Sendo assim, a indicação do HSBC é aumentar a exposição a ações defensivas e históricas específicas como de digitalização/fintechs e apostas na expansão agro.
Além disso, a equipe ressaltou que, mesmo com o desempenho fraco do índice, os fundos de emergentes encontraram oportunidades no Brasil, pois houve uma seleção de ações que superaram o benchmark brasileiro em 8% nos últimos 12 meses.
O consumo discricionário e o setor financeiro são os segmentos preferidos do HSBC, com ações como Mercado Livre (MELI34), Itaú (ITUB4) sendo as mais populares entre os investidores.
HSBC (H1SB34) eleva recomendação para ações de data centers
Os analistas do HSBC (H1SB34) elevaram sua recomendação para as ações da Equinix e da Digital Realty Trust, mencionando “forte demanda em data centers, proveniente de aplicações de IA (inteligência artificial) e oferta limitada nos principais mercados”.
De acordo com as informações obtidas pela Investing, a HSBC (H1SB34) elevou sua recomendação de neutra para compra, com preço-alvo de US$ 1 mil, ante os US$ 865 anteriores, enquanto a Digital Realty foi elevada para manutenção, com preço-alvo ajustado para US$ 160, contra os US$ 124 anteriores.
A demanda por data centers superou amplamente a oferta no acumulado do ano de 2024, impulsionada pela crescente demanda por IA (inteligência artificial) e pela oferta limitada em mercados-chave.
Apesar disso, as ações da Equinix e da Digital Realty tiveram um desempenho inferior em relação ao índice mais amplo, devido a recebimentos específicos de cada empresa. Contudo, o HSBC prevê que esses desafios operacionais diminuam, levando a uma forte recuperação em 2025.