O buraco no qual a Hurb se meteu parece não ter mais fim. Dessa vez a agência de viagens está sendo acusada de dar um calote de cerca de R$ 500 mil.
Reportagem do jornal “O Globo” revela que o valor arrecadado por mais de 500 pessoas que se inscreveram na corrida “Subida da Rocinha”, realizada no final de março, deveria ser repassado para compra de cestas básicas e reforma de uma quadra de esportes na Rocinha, no Rio de Janeiro, não foi utilizado para a sua finalidade. O evento foi promovido e patrocinado pela Hurb.
Segundo a publicação, três meses após a competição esportiva, as cestas não foram entregues para a população carente e fornecedores teriam tomado prejuízo de cerca de R$ 400 mil. A quadra foi melhorada, mas o pagamento pela obra não foi concluído. Fontes disseram ao jornal que o calote total é de aproximadamente meio milhão de reais.
A corrida atraiu 530 inscritos — que pagaram R$ 131 para correr — e mobilizou uma equipe de 287 pessoas, além de mais de uma centena de agentes públicos. Os organizadores da corrida estimam que o retorno do evento em “mídia espontânea” foi da ordem de R$ 6,9 milhões.
A Hurb só pagou parte do que devia aos organizadores. A Spiridon, empresa contratada para montar a corrida, diz que tem ainda cerca de R$ 200 mil a receber. “Outros fornecedores da corrida têm por volta de R$ 150 mil a receber. Durante todo esse tempo, a Hurb vem adiando o pagamento a cada semana. O CEO que acaba de sair, Otavio Brissant, visualizava as mensagens, mas não respondia. O João (Mendes) não chega nem a visualizar”, reclamou João Traven, diretor da Spiridon, que também organiza a Maratona do Rio.
Em nota enviada ao jornal, a Hurb disse que “reconhece os problemas enfrentados nas últimas semanas, mas reforça que conduz de forma individualizada um diálogo com cada parceiro para sanar toda e qualquer pendência.” Confrontada com a informação dada pelos fornecedores, a companhia sustenta que “já honrou com a maior parte de seus compromissos junto a fornecedores e parceiros da Corrida da Rocinha.”
Funcionários demitidos relatam atraso em pagamentos
A Hurb, antigo Hotel Urbano, havia anunciado a demissão de 40% do quadro de funcionários, ou seja, 400 funcionários. No entanto, na última semana, a companhia não realizou pagamento do salário e da rescisão dos profissionais desligados.
Nesse sentido, a Hurb que havia se comprometido em quitar as quantias até terça-feira (6) postergou para sexta-feira (9), entretanto, não foi efetuado até o momento, de acordo com relatos de cinco ex-funcionários ao Estadão.
Desse modo, em um e-mail enviado aos colaboradores demitidos na manhã deste sábado (10), ao qual o Estadão teve acesso, o Hurb afirma que “não foi possível efetuar o pagamento”. A empresa não esclarece o motivo para o atraso.
Além disso, o comunicado no e-mail não esclareceu qual será o novo prazo para o depósito e afirma que, na próxima semana, “espera ter uma estimativa mais precisa da data de pagamento”. Além disso, a companhia diz que planeja incluir o valor da multa de atraso no pagamento.