Hurb: crise atinge principalmente pequenos hotéis

Executivos do setor afirmam que a tendência é que as cadeias mais consolidadas evitem fazer reservas com a empresa sem pagamento antecipado

A crise no Hurb (antigo Hotel Urbano) afeta com mais força hotéis de lazer de pequeno porte, com até 40 quartos. Apesar disso, executivos de grandes redes do setor afirmam que a tendência é que as cadeias mais consolidadas evitem fazer reservas ou algum negócio com a empresa sem pagamento antecipado.

Para o jornal “O Globo”, representantes do setor afirmam que o dano reputacional com o comportamento do agora ex-CEO João Ricardo Mendes agravou a situação da agência de viagens, mas que ainda há recuperação.

Ricardo Roman Junior, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em São Paulo (ABIH-SP), afirma que, apesar das dificuldades financeiras de outros operadores, o diagnóstico é que a crise do Hurb se deve mais a fatores pontuais da companhia e menos a problemas do segmento.

“É mais uma questão que a empresa teve com recebíveis de cartão de crédito. Para o setor hoteleiro, os atrasos começaram em janeiro e fevereiro. Nossa torcida é que eles consigam se reerguer. Se a empresa precisar de apoio do segmento, dentro do possível, iremos ajudar, mas precisa honrar compromissos. A mudança do CEO é positiva”, afirma.

Roman explica que os hotéis que fizeram reserva precisam atender os clientes, e, se for o caso, resolver o problema depois com o operador de viagens.

O nicho de atuação do Hurb, calcado em hotéis independentes de lazer de menor porte, é mais pulverizado, mas Roman estima que a empresa tenha entre 5% e 10% de participação de mercado. No segmento, a CVC está entre os maiores operadores, com maior capilaridade e escala.

 

Hurb: grupo de lesados pela empresa tem 24 mil pessoas

Consumidores que alegam terem sido lesados pela Hurb criaram um grupo no Facebook para relatar seus problemas com a agência de turismo digital nascida há 14 anos como Hotel Urbano.

O grupo “Prejudicados pelo Hotel Urbano” já reúne 24,3 mil pessoas com o propósito de se unir para processar a empresa. Os integrantes afirmam, na descrição, que desejam que os gestores do Hurb “paguem pelos seus erros e aprendam a tratar seus clientes com respeito e honestidade”. As informações são do jornal “O Globo”.

Na segunda-feira (24), o Hurb anunciou que o CEO João Ricardo Mendes vai deixar o comando da empresa. Em seu lugar, quem assume a empresa é Otávio Brissant, atual general council da companhia. Medes renunciou ao cargo depois de xingar e expor dados de clientes que reclamavam de terem sofrido um golpe da empresa.

Uma cliente compartilhou no domingo (23) o drama que enfrenta após ter firmado contratos para fazer turismo por meio dos serviços do Hurb. “Estou com pacote para Dubai, Orlando, Chile, punta Cana, San Andres e Europa. Não sei se choro, se cancelo tudo, o medo é grande de perder toda essa grana deixada nessa empresa”, escreveu.

Uma outra consumidora sugere que os lesados entrem com processo em algum Juizado Especial Cível (JEC), caso ainda não tenham recebido o reembolso após os 60 dias úteis do cancelamento do pacote de viagem.

“Ingressem com ação no JEC que é bem mais rápido para resolver do que vcs ficarem aguardando a boa vontade da empresa! Infelizmente a solução é esta! JEC não precisa pagar advogado. Se informem nas suas cidades como proceder. Quem ainda está vivendo o sonho colorido de viajar, desejo boa sorte, mas quem já caiu na real parem de esperar e fazer perguntas que só tem 1 resposta: JEC- Juizado Especial Cível é quem pode resolver o problema antes de tudo ruir de vez e aí ficar todos sem estorno e sem viagem”, escreveu a consumidora.

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