A Justiça do Rio de Janeiro condenou a Hurb (antigo Hotel Urbano) a indenizar e restituir um cliente que comprou pacote e que não teve a viagem agendada em valor que somado totaliza mais de R$ 20 mil.
A sentença saiu no final de julho, foi deferida pela da juíza leiga Cláudia Regina Bento de Freitas e homologada pelo juiz titular Marcelo Almeida de Moraes Marinho, do 1º JEC da Barra da Tijuca/RJ.
O autor alegou que em novembro de 2021 contratou seis pacotes de viagem na Hurb, pagando o valor total de R$ 15,7 mil. Contudo, até a data da ação, a empresa não agendou a viagem, tampouco restituiu os valores pagos.
Na sentença, a juíza leiga ressalta que houve comprovação de que ocorreram falhas nos serviços contratados e que a empresa ofertou serviço aos consumidores, não tendo honrado com o que previamente ofertara e se obrigara a cumprir.
Assim, julgou procedente os pedidos para condenar a Hurb ao pagamento de R$ 15.717,00, calculado como devolução simples, corrigido, monetariamente, desde a data do desembolso e acrescido de juros de 1% ao mês, a partir da citação. A empresa ainda foi condenada por danos morais no valor de R$ 6 mil.
Com informações do site Migalhas.
Hurb: MP do Rio determina abertura de inquérito policial
No final de julho, o jornal “O Globo” revelou que a 1ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Territorial da área Santa Cruz, no Rio, determinou a instauração de inquérito policial para apurar possíveis crimes cometidos pelo antigo Hotel Urbano. O inquérito corre na 36ª Delegacia de Polícia do Rio.
De acordo com a publicação, a investigação decorre de uma denúncia feita em setembro de 2022 pelo advogado João Francisco Raposo Soares ao Ministério Público Federal. Este encaminhou para o MP estadual do Rio, cidade que é sede da empresa.
Raposo é alvo de uma ação movida pelo Hurb, que não gostou de um vídeo do advogado alertando consumidores sobre os riscos de se comprar pacotes pela agência digital. A empresa tentou tirar a postagem do ar, mas não obteve sucesso no pedido liminar.
“O Hurb é uma agência de turismo virtual que vende pacotes turísticos com preços muitíssimo abaixo de todas as outras empresas do Brasil e do mundo. Embora não seja nem mesmo uma das 10 maiores agências de viagens do Brasil, trata-se da única empresa do mundo que vende todos os seus pacotes turísticos (hotel + passagens) a um preço no mínimo três vezes mais barato que os menores preços de todos os seus concorrentes do mundo inteiro”, escreveu o advogado no pedido de abertura de inquérito.
A crise da Hurb começou com o fim da pandemia. Enquanto o turismo mundial estava em suspenso, a Hurb vendeu R$ 3 bilhões em pacotes flexíveis a preços super agressivos. Com a retomada das viagens, os preços dispararam e a empresa ficou sem recursos para honrar as viagens. A situação saiu do controle quando o fundador e CEO João Ricardo Mendes xingou um cliente e exibiu dados confidenciais num grupo aberto de WhatsApp. A crise levou a uma queda nas vendas, comprometendo ainda mais o fluxo de caixa.
Em nota enviada ao jornal, o Hurb disse “reconhecer os problemas enfrentados nos últimos meses, que afetam alguns processos da empresa”. A empresa diz ainda “que todas as questões foram mapeadas e já estão sendo sanadas por meio de diversas iniciativas que compõem um plano de ação estruturado para a regularização das atividades”.
“Em relação à solicitação do jornal O Globo, o Hurb informa que não foi notificado de qualquer ação ligada ao Ministério Público. O Hurb aproveita para reiterar o seu comprometimento com a realização das viagens adquiridas na plataforma, assim como com a devolução de valores solicitados por seus clientes. No entanto, esclarece que, por questões legais, não comenta ações ou processos em andamento. O Hurb frisa que segue prezando pela escuta ativa e cuidado com seus públicos e, por isso, está à disposição para esclarecer eventuais dúvidas”, declarou a empresa na nota.