Hurb: Governo dá 48h para empresa mostrar condições financeiras

Companhia terá que comprovar à Senacon que tem condições financeiras para cumprir com as vendas de pacotes de viagens

A Hurb foi acionada pela Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor) para responder a processo administrativo e terá cerca de 48h para provar ao governo que tem condições financeiras para cumprir com as vendas de pacotes de viagens para clientes.

A não apresentação do documento comprobatório pode resultar em uma multa de R$ 50 mil, além da interrupção das atividades da Hurb. A medida já foi publicada no Diário da União desta sexta-feira (28), de acordo com informações divulgadas pelo G1.

O processo foi aberto após o DPDC (Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor) enviar um documento à Senacon onde apontava que a companhia realizou vendas de pacotes de viagens com datas futuras durante a pandemia “sem se preocupar em reunir condições efetivas ou lastro financeiro para cumprimento das suas obrigações contratuais correspondente”, acusou o relato.

Segundo a secretaria, uma eventual comprovação do documento da DPDC confirma que a agência de viagens se beneficiou das circunstâncias psicológicas dos consumidores trazidas pela pandemia. 

O órgão público pediu urgência no envio dos dados sobre a situação financeira da Hurb, já que a empresa segue vendendo pacotes com preços abaixo do mercado, além de oferecer descontos. Além disso, a companhia  terá 20 dias para apresentar uma defesa em relação ao processo administrativo.

Hurb: de possível IPO para uma crise; o que aconteceu?

De planos para IPO (oferta pública de ações), para uma crise sem precedentes na agência de viagens online Hurb (antigo Hotel Urbano). Nos últimos dias, a empresa vem sendo um dos assuntos mais comentados da internet pelo até então CEO e fundador da empresa, João Ricardo Mendes, renunciar ao cargo após aparecer em um vídeo xingando um cliente que reclamava do serviço.

Segundo especialistas ouvidos pelo BP Money, além da crise de governança, a Hurb se encontra em uma situação onde “as contas não fecham”. Isso porque, durante a pandemia, a empresa começou a vender pacotes a longo prazo por preços muito baixos, o que foi bom para manter o caixa na época da Covid-19 – diferente dos concorrentes que sofriam com a redução drástica das receitas – mas que trouxe prejuízos futuros.