Para a analista do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) Amanda Tavares, a queda de 3% no setor do agronegócio no 1TRI24, na base comparativa anual, é reflexo dos efeitos do clima no campo, principalmente para a soja e o milho.
O desempenho do agronegócio não foi de acordo com o resultado que os produtores esperavam, segundo a analista do IBGE..
“No primeiro trimestre de 2023, tivemos culturas fortes de soja e milho. No último trimestre do ano passado, o trigo e a laranja estavam caindo fortemente, causando essa variação no resultado do setor de agro”, esclareceu.
Conforme dados do LSPA (Levantamento Sistemático da Produção Agrícola) do IBGE, além da perda de produção, houve também baixa produtividade, disse Tavares.
O que significa que a área plantada teve rendimento aquém do esperado, fator também relacionado ao clima, explicou ela, de acordo com o “CNN Brasil”.
“O produtor, nesse caso, investiu mais e colheu menos”, pontuou.
Entre as culturas que expressaram maior queda, o milho lidera com queda de 11,7%, logo atrás vem o fumo com -9,6%, a soja com -2,4%, seguida da mandioca em -2,2%.
RS: cortes em projeções são especulações, diz IBGE
A chefe de Contas Nacionais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Rebeca Palis, afirmou que é necessário esperar as pesquisas mensais de atividades econômicas antes de realizar cortes nas estimativas e avaliar o impacto das enchentes no Rio Grande do Sul (RS) na economia nacional.
Em entrevista coletiva, onde detalhou os números do PIB (Produto Interno Bruto), Palis foi questionada sobre os impactos da crise no RS e se haveria efeitos espalhados ou segmentados. Para ela, ainda não é possível estabelecer o impacto da situação no PIB.
“O que podemos dizer é que o Rio Grande do Sul representa 6,5% da economia nacional”, comentou ela, de acordo com o “Valor”. Além disso, a especialista acrescentou que metade desse percentual responde a municípios que foram classificados em estado de calamidade pública.
Em relação às projeções de mercado, que apontavam para cortes entre 0,2 e 0,4 p.p (ponto percentual) no PIB anual, Palis reiterou que essas estimativas são “especulações”. “Não sabemos o efeito exato. Não temos nenhum dado exato.”